Aprosoja/MS afirma que expansão de área agricultável em MS depende de monitoramento climático
O presidente da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul, André Dobashi, mediou dois painéis no último dia do Showtec, em Maracaju. Em fala destacou que há regiões que precisam de mais tecnologias que outras, para que haja expansão do cultivo de soja e milho, entre elas a região centro-norte, sudeste e nordeste, que poderiam expandir mais rapidamente com investimentos ligados à tecnologia, como irrigação e estações meteorológicas.
“Sabemos que o Governo de MS está trabalhando nessa seara e que em breve teremos soluções práticas para expansão, em cima de área antropizadas atualmente. Além das tecnologias ligadas à irrigação, seria necessária uma malha de estações meteorológicas apuradas, para que tenhamos o máximo de controle possível sobre as intempéries da região, bem como seus históricos”, relata Dobashi.
Na oportunidade o superintendente da Semagro, Rogério Beretta, destacou que o Secretário de Estado, Jaime Verruck e o governador, Reinaldo Azambuja, estão alinhados quanto à necessidade e relatou que um projeto de R$ 8 milhões pode ser executado ainda em 2022. “Neste governo começamos com 25 e passamos para 43 estações meteorológicas. E isso foi dentro de área de cobertura que compreendeu a área produtiva do estado. E temos um projeto para novas 45 estações, porque queremos fazer agora a cobertura de todo o estado, inclusive o Pantanal, já que passamos por 2 anos agora, muito desastrosos em relação à seca no Pantanal”, pontuou Beretta, ao apontar que o trabalho faz parte do processo de reestruturação do Cemtec – Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de MS.
Segundo o superintendente o projeto vai beneficiar não só a agropecuária, mas também a Defesa Civil, com alertas de tempestade, por exemplo. “Falamos de um investimento estimado em R$ 8 milhões, para que a gente consiga estruturar as 45 novas estações, e a equipe técnica para que possamos monitorar 24 horas, com previsões e evitar possíveis desastres”. E ainda destaca que o projeto tem também aspirações ambientais. “O desenvolvimento de uma agropecuária sustentável, passa pelo serviço de previsão meteorológica, um serviço que dê segurança ao produtor rural e o investidor em geral”.
Verruck, que participou do painel, enalteceu o papel da Aprosoja/MS dentro do contexto monitoramento das safras, colocando-a como referência nacional. “A parceria com a Aprosoja/MS é fundamental para que tenhamos os dados de Mato Grosso do Sul, para monitorar e projetar. Além disso, dentro da estrutura da Fundação MS, temos apoiado através da ciência e da tecnologia, e defendido que, se queremos essa expansão que estamos projetando, precisamos saber quais as variedades mais adequadas e onde podemos expandir áreas. A soja cresce, mas temos de crescer com tecnologia e sustentabilidade e isso a gente faz com parceria, da Aprosoja/MS, que está de parabéns pela grande parceria com o Governo de MS e todo sistema de monitoramento. Hoje o sistema de monitoramento de safra que temos em Mato Grosso do Sul é referência nacional e, consequentemente, a Aprosoja/MS é também uma referência nacional”.
Enfezamento do milho
O presidente da Aprosoja/MS também intermediou o painel sobre enfezamento do milho nesta sexta-feira (27). Segundo ele as apresentações mostraram que a Aprosoja/MS e o Governo do Estado estão desenvolvendo um trabalho bastante alinhado, com os anseios do produtor e com a academia. “Podemos ver que o programa Previne, vai ao encontro com os anseios do produtor, na medida em que evidencia o que é a doença do enfezamento, como a praga se alimenta, e como se transmite a doença para a cultura do milho, além da a importância de o produtor estar antenado sobre o que pode ser feito para evitar tanto a praga como a doença”, explica fazendo referência ao Programa de Enfrentamento à Viroses e Enfezamentos (Previne), da Fundação MS.
“Aprendemos aqui que a doença é sistêmica, não tem controle e, portanto, precisamos combater a praga. Tivemos várias ideias de manejo dessa praga aqui, com híbridos mais tolerantes, para termos menos danos econômicos com a nossa cultura, mas, principalmente, na rotação dos princípios ativos, das culturas, e do próprio produto que será aplicado na área, de modo que possamos minimizar a população da praga. Essas são as únicas formas de combater a doença, uma vez que a doença em si não é tratável”, finalizou Dobashi, ao lembrar que o causador dessa doença é a cigarrinha e ressaltando a necessidade de se a combatê-la.
Diego Silva / Agro Agência