Plano Safra 2024/2025 disponibilizará R$ 475,5 bilhões para operações de crédito rural
O Plano Safra 2024/2025 disponibilizará R$ 475,5 bilhões, 9,7% acima que o anterior, para o fomento do agronegócio brasileiro. O montante dos recursos que atenderá agricultura empresarial e familiar, foi divulgado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, nesta quarta-feira, 3, no Palácio do Planalto, em Brasília.
A agricultura familiar receberá o total de R$ 74,9 bi, com juros de 0,5 a 6% ao ano; quando comparado com o ano anterior, há um aumento de 5,6%. A agricultura empresarial receberá R$ 400,59 bi, acréscimo de 10% em relação ao ano anterior. Do valor destinado à agricultura empresarial, R$ 293,29 bi serão para custeio e comercialização, com juros de 8% para o Pronamp; incremento de 8% em relação ao ano anterior; e R$ 107,3 bi para investimento, com juros que variam de 7 a 12%, de acordo com cada programa; aumento de 16,5% frente ao plano anterior.
Para Pronamp, os recursos controlados serão de R$ 65,2 bi, aumento de 6,7%, frente ao montante anterior; enquanto que para os demais produtores e cooperativas, os recursos serão de R$ 123,8 bi, redução de 1,1%. Já os recursos livres, totalizarão R$ 211,5 bi, incremento de 19% em relação ao ano anterior.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul – Aprosoja/MS, Jorge Michelc compartilha sua perspectiva e diz que “enquanto entidade de representação da classe produtora e assim como a CNA [Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária], tínhamos a expectativa de um montante de recursos acima de R$ 500 bilhões para atender as necessidades do setor produtivo, em todas as linhas de crédito rural. No entanto, diante deste anúncio, ressaltamos a importância de um alinhamento eficaz entre o Governo e as instituições financeiras, uma vez que essa sincronicidade é crucial para assegurar que os recursos sejam disponibilizados de maneira rápida e acessível aos produtores rurais, especialmente em um ano agrícola desafiador como este, marcado por uma queda expressiva na produção e nos preços da safra anterior. Então, neste cenário, o que esperamos é uma a atuação conjunta e eficiente entre os diversos atores envolvidos, para viabilizar o suporte financeiro necessário ao setor agrícola em meio a essas adversidades.”
A Cédula de Produto Rural (CPR), por meio de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), irá incrementar o montante de recursos, com R$ 108 bi, que somados aos R$ 475,5 bi, totalizarão R$ 583,5 bi, no Plano atual.
O limite de faturamento anual, utilizado para enquadrar os produtores nas linhas de crédito e taxas de juros disponíveis, permanecerá inalterado. Para o Pronaf, o teto de faturamento é de R$ 360 mil; Pronamp, de até R$ 3 milhões; e produtores com faturamento acima de R$ 3 milhões, são classificados como demais produtores.
A captação dos recursos junto às instituições financeiras depende do repasse dos valores pelo Governo Federal, portanto, é necessário a consulta junto aos bancos ou cooperativas de crédito.
Texto: Joélen Cavinatto (Assessoria de Comunicação Aprosoja/MS) e Mateus Fernandes (Economista Aprosoja/MS)
Foto: Mapa