Frio derruba temperaturas e provoca geada em 19 municípios de MS

De acordo com dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), uma intensa massa de ar frio e seco avançou sobre o Centro-Sul do Brasil nesta terça-feira (24), derrubando drasticamente as temperaturas em Mato Grosso do Sul. O fenômeno, caracterizado como um sistema de alta pressão atmosférica pós-frontal, provocou geadas em diferentes regiões do Estado, especialmente no sul, sudoeste e parte do centro-sul.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), analisados conforme metodologia da Embrapa Agropecuária Oeste, foram registrados níveis variados de geada, classificados entre fraca, moderada e forte. A intensidade foi determinada com base na temperatura mínima do ar, medida entre 1,5 m e 2,0 m de altura.
As condições atmosféricas, como céu limpo, baixa umidade relativa e ventos calmos, contribuíram para o resfriamento radiativo, favorecendo a formação da geada durante a madrugada. As temperaturas mínimas observadas em diversas localidades reforçam a atenção que produtores rurais devem ter nesse período, especialmente para culturas mais sensíveis ao frio.
A Aprosoja/MS segue monitorando os impactos do fenômeno no campo e reforça a importância de que os produtores estejam atentos às atualizações meteorológicas. "Atualmente, cerca de 48% das lavouras do estado estão em estádios fenológicos suscetíveis a danos. Metade dessa área encontra-se no estádio R3, conhecido como grão leitoso, em que geadas mais intensas podem provocar o abortamento dos grãos. A outra metade está em R4, o grão pastoso, onde os danos podem reduzir o potencial produtivo entre 25% e 40%, dependendo da severidade da geada. Apesar disso, ainda é cedo para um diagnóstico definitivo, pois os danos precisam ser avaliados diretamente no campo. O que já podemos observar é que as áreas atingidas coincidem, em grande parte, com regiões onde o milho está mais desenvolvido, o que, por um lado, pode atenuar os impactos, mas ainda exige atenção e monitoramento nos próximos dias", aponta o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta.
Texto: Crislaine Oliveira (Assessoria de Comunicação da Aprosoja/MS) com informações do Cemtec.
Foto cedida: Malena May