Dia Nacional da Conservação do Solo reforça a importância de práticas sustentáveis

Para o produtor rural, o solo é um dos bens mais valiosos. No Dia Nacional da Conservação do Solo, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) reforça o papel fundamental dos agricultores na adoção de práticas sustentáveis que garantem a produtividade e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
De acordo com dados do projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS, 99,8% das áreas acompanhadas em Mato Grosso do Sul adotam o Sistema de Plantio Direto (SPD); 0,2% operam com cultivo mínimo e 0,7% utilizam o sistema de cultivo convencional. Além do SPD, práticas como rotação de culturas, cobertura vegetal, uso racional da água e captura de carbono são adotadas por produtores sul-mato-grossenses, contribuindo para a preservação e manutenção da qualidade física, química e biológica do solo.
Dentre as estratégias, a captura de carbono atmosférico é destaque. A prática consiste na remoção do dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e armazenamento no solo, por meio da decomposição da palhada, incorporação de matéria orgânica, exsudatos radiculares e fixação biológica do nitrogênio, promovendo o aumento do estoque de carbono do solo (ECS).
Andre Dobashi, vice-presidente da Aprosoja/MS e embaixador de carbono pela Bayer, ressalta que a preservação do solo é uma responsabilidade compartilhada entre aqueles que estão inseridos nas atividades agropecuárias, como nos demais setores.
No contexto agrícola, Dobashi reforça que a lucratividade está diretamente associada à conservação dos recursos naturais, como o solo e a água. “Solos bem manejados são mais férteis, retêm mais água e reciclam nutrientes com maior eficiência. A conservação do solo é a base para garantir produtividade contínua e sustentável, além de ser muito mais simples do que recuperar áreas degradadas”, explica.
Além da captura de CO₂, a gestão hídrica também é favorecida pela conservação do solo. Solos bem estruturados e protegidos apresentam maior capacidade de retenção e infiltração de água, o que reduz a necessidade de irrigação mecanizada pela melhoria da eficiência do uso da água em áreas produtivas.
A rotação de culturas é outra aliada da conservação do solo em Mato Grosso do Sul. Entre as culturas mais utilizadas em rotação com a soja, estão o milho safrinha consorciado com braquiária, trigo, sorgo ou pastagens. A alternância de espécies de caixa ou de fins comerciais com espécies de manutenção, auxilia na liberação de nutrientes, interrompe o ciclo de insetos-praga e plantas invasoras, protege o solo do processo de erosão e lixiviação, reduzindo o uso de insumos e promovendo o aproveitamento sustentável das áreas produtivas.
A integração dessas práticas permite melhorar a qualidade física, química e biológica do solo — atributos que impactam diretamente na produtividade e, consequentemente, na geração de receita das propriedades rurais. “A rentabilidade e a sustentabilidade são interdependentes na agricultura. A conservação do solo é essencial para manter a produtividade no curto e no longo prazo, além de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas”, conclui Dobashi.
Texto: Joélen Cavinatto (Assessoria de Comunicação Aprosoja/MS)
Foto: Aprosoja/MS