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Xico Graziano aponta seis desafios do agronegócio

Durante a Expolondrina, o engenheiro agrônomo Xico Graziano apresentou uma excelente palestra, concentrando-se em seis grandes desafios que entravam a realização do potencial do agronegócio brasileiro. Hoje resumo os primeiros três:

1. Agregação e distribuição de renda. Falta equanimidade na distribuição da renda do agronegócio. Fusões e incorporações geram grandes conglomerados, que passam a formar preços e reduzir a renda do agricultor. Isto vale tanto para as compras no pré-porteira quanto para a venda da produção. Xico sentenciou: O produtor rural compra caro e vende barato! Para este problema, propôs duas soluções não exclusivas. A primeira é o aprofundamento do cooperativismo e do associativismo, pois pequenos produtores, juntos, ficam fortes e negociam melhor. Propõe também um Cade para regular os agronegócios, zelando pela livre concorrência setorial. É o estado regulador, protegendo produtores e consumidores.

2. Instabilidade da renda. Nenhum outro empresário assume tantos riscos quanto o produtor rural: seca, inundação, vento, granizo. Não apenas o clima, as erráticas políticas de governo mudam mais que o vento. Os planos de safra são anuais, de curto prazo, não sinalizam o futuro para que o produtor possa se planejar. Receita do Xico: Seguro rural, com subsídio do oneroso prêmio. Deve-se pensar no seguro renda, em ensinar o agricultor a usar mecanismos financeiros a seu favor. E uma política agrícola estável, de 5 ou 10 anos de validade. Aí sim, com planejamento estratégico, se vislumbrará o longo prazo.

3. Sustentabilidade no campo. Costumo dizer que podemos atrasar o futuro, nunca impedir sua chegada. A agenda socioambiental chegou ao campo, produzir protegendo é a diretriz. O novo Código Florestal consolida a produção tradicional com respeito total às matas ciliares e às florestas remanescentes. Sem certificação de boas práticas agrícolas, bem-estar animal, conservação do solo, manejo integrado de pragas e doenças e qualidade da produção, teremos as portas do mercado internacional fechadas. Lembrando que sustentabilidade é sinônimo de tecnologia adequada.

Jornal de Londrina