Skip directly to content

Transporte e armazenagem interferem na qualidade da semente

Em um país tropical, como o Brasil, garantir essas condições em todo o processo de armazenagem e transporte da semente apresenta um desafio para o setor sementeiro.

É o que abordou o engenheiro agrícola Francisco Amaral Villela (UFPel), durante a palestra “Resfriamento de sementes e a manutenção da qualidade da semente na armazenagem”, realizada no Congresso Brasileiro de Sementes, que segue até a quinta-feira, em Foz do Iguaçu.

As sementes estão em contínua deterioração e o resfriamento se torna útil, pois retarda a velocidade do processo degenerativo. “Quanto menos adequadas forem as condições de armazenagem, mais acelerada é a deterioração das sementes”, alerta Villela.

No entanto, o engenheiro agrícola ressalta que sementes de baixa qualidade, mesmo em condições adequadas de estocagem, apresentam baixo desempenho. “Não adianta ter estrutura de resfriamento se a qualidade da semente for muito baixa. Ou seja, o primeiro passo é não investir em sementes de baixa qualidade”, conclui.

Para garantir a qualidade do material, uma sugestão apresentada durante a palestra seria iniciar a colheita das sementes de soja com uma umidade mais altas do que a de armazenagem. Semelhante ao que se faz na produção de sementes de milho, cuja a colheita em espigas é realizada na maturidade fisiológica.

Outro ponto que merece a atenção da cadeia produtiva de sementes, segundo o palestrante, é a situação de transporte das sementes, que muitas vezes percorrem longos trajetos, expostas a altas temperaturas e condições inadequadas, o que compromete, e muito a qualidade da semente que chega ao produtor rural.

Todo esse cuidado para garantir sementes com vigor e potencial germinativo elevados vai muito além da necessidade de atender padrões legais para a comercialização de sementes. Neste sentido, Villela concluiu deixando um questionamento desafiador para toda a cadeia sementeira: “produzimos sementes para atender padrão ou para satisfazer os agricultores?”

Fonte: Abrates