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Terras continuam valorizadas

Enquanto a economia nacional retrai, com desemprego e inflação aumentando, e atividade industrial e comércio em queda, o agronegócio ainda consegue crescer e isso está estimulando a valorização de terras, especialmente as destinadas à pecuária.

No entanto, ainda existe uma diferença grande no preço das terras dependendo da região.

"O setor vem apresentando bons resultados, ainda mais quando comparado a outros segmentos, e isso está colaborando para valorizar as terras produtivas.

A boa cotação da carne bovina estimula os pecuaristas a buscar a recuperação das pastagens, e isso faz com que o valor da terra sofra apreciação", explica a coordenadora da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas Veloso.

Por outro lado, a relação do preço das terras destinadas à agricultura, como por exemplo ao plantio da cana-de-açúcar e da laranja, está arrefecendo.

Isso, segundo a coordenadora da Faemg, porque, além do cenário econômico, o clima também contribui para a redução dos negócios.

Para Aline Veloso, a seca em algumas regiões diminuiu a produtividade da lavoura e reduziu as margens dos produtores.

Além disso, a retração dos preços dos grãos no mercado mundial também foi um fator que influenciou a redução do ritmo dos negócios envolvendo terras ligadas à agricultura.

Com os preços mais baixos e margens menores, os produtores têm se mostrado mais cautelosos em expandir a área de cultivo.

Anualpec - De acordo com o relatório Anualpec, da FNP Consultoria, a valorização das terras destinadas ao agronegócio brasileiro em 2014 foi de 10% no País e de 9% na região Sudeste.

Em Minas Gerais, algumas regiões tiveram uma valorização de até 85%, caso das áreas de Cerrado próximas à região de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

Conforme a coordenadora da Faemg, o mercado de terras agrícolas registrou forte movimentação nas proximidades de Montes Claros, no Norte de Minas, em virtude de novos projetos de irrigação.

Por causa disso, as áreas mais caras do Estado em 2014 foram as terras irrigadas destinadas ao cultivo de banana, onde o hectare chegou a R$ 34 mil no ano passado.

Aline Veloso lembrou que o mercado de áreas nativas para compensação ambiental também segue bastante valorizado devido à formação de reserva legal, especialmente na região próxima a Pouso Alegre, no Sul de Minas.

No Triângulo Mineiro, as terras também estão valorizadas, conforme ela, em função de toda a infraestrutura presente para o escoamento da produção, por se tratar de locais mais planos e com possibilidade de maior diversificação de produção.

PIB - Com base nos dados calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio da Faemg e da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro cresceu 0,1% em março frente ao mês anterior. No primeiro trimestre, foi registrado um crescimento de 1,57%.

Com o desempenho, a expectativa é que a renda do setor encerre 2015 em R$ 162,3 bilhões, o que, se confirmado, representará um aumento da ordem de 1,5% sobre o resultado do ano passado em preços de hoje (R$ 159,8 bilhões).

Do valor total do PIB do agronegócio mineiro estimado para 2015, projeta-se que R$ 88,1 bilhões ou 53,5% sejam gerados pela atividade pecuarista, enquanto que a agricultura deve responder por R$ 74,2 bilhões ou 46,5%.

Em contrapartida, o PIB de Minas Gerais encolheu 0,7% no primeiro trimestre deste ano frente aos últimos três meses de 2014.

Porém, em comparação com o mesmo período daquele exercício, a queda foi mais grave, de 4,9%. Esses dados são da Fundação João Pinheiro (FJP).