Skip directly to content

Tecnologia de análise de produtividade pode aumentar em até 40% a produção de milho

O Brasil pode aumentar sua produção de milho em até 45 milhões de toneladas e obter um salto de produtividade na colheita do grão de 5,3 toneladas por hectare para até 7,2 ton/ha nos próximos cinco anos. É o que revelam dados da McKinsey & Company, com base nos resultados da adoção da tecnologia de análise localizada de produtividade em um projeto-piloto realizado no Estado do Mato Grosso. De acordo com a Mckinsey, o incremento da produção ocorreria sem a necessidade de avanço da área plantada de milho no País, hoje situada na casa dos 15 milhões de hectares.

Fruto de parceria entre a McKinsey e a  ConScience Analytics, esta tecnologia de análise localizada de produtividade está ancorada em uma ferramenta que cruza características físico-químicas de solo e da planta, dados climáticos detalhados e informações sobre insumos e tratos culturais utilizados no País. Com esse mapeamento, produtores podem identificar áreas com maior potencial de aumento de produção e priorizar investimentos nessas regiões.

O teste da ferramenta realizado no Mato Grosso mostrou que o Estado poderia elevar em até 38% sua produtividade média por hectare caso direcionasse investimentos para áreas com maior potencial. Essa iniciativa poderia elevar a receita com a cultura de milho no Estado em até US$ 800 milhões. A maior produtividade, de acordo com a McKinsey, viria de investimentos mais adequados e independentemente de qualquer melhoria na infraestrutura “fora da porteira” do agronegócio brasileiro.

O projeto-piloto no Mato Grosso apontou que cidades como Nova Maringá, Porto dos Gaúchos e São José do Rio Claro, poderiam aumentar sua produtividade em mais de 3 ton/ha. Municípios onde ainda predominam pastagens e florestas, como Colniza e Aripuanã, também podem obter o mesmo ganho, mas no longo prazo.

Mundo precisará cada vez mais de milho

De acordo com o estudo “Diagnóstico dos problemas e potencialidades da cadeia produtiva do milho no Brasil”, elaborado pela Abramilho, em parceria com a Embrapa e a Fundação Dom Cabral, o mundo deve demandar 386 milhões de toneladas adicionais de milho em 2020 em relação à produção de 2010 – aumento de 46%. O Brasil poderá ter participação significativa neste crescimento da oferta global de milho, saltando de uma safra atual situada na casa das 80 milhões de toneladas de grãos para um volume próximo a 200 milhões.

Além do apetite global maior por carnes – e consequentemente por milho transformado em proteína animal -, estima-se, também, aumento do comércio internacional do próprio grão. Para a Abramilho, o Brasil tem a oportunidade de angariar uma grande fatia desse novo mercado internacional, no qual o milho será protagonista, mas terá que investir pesado no aumento do cultivo do grão, com a biotecnologia sendo cada vez mais uma aliada imprescindível.

Fonte: Universo Agro