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Soja tem estabilidade nos portos do BR com alta em Chicago e volatilidade do dólar

O mercado internacional da soja passa, novamente, pelo movimento conhecido como "turn around tuesday", ou "virada da terça-feira", na sessão de hoje, se recuperando das fortes baixas exibidas no pregão anterior. Por volta de 12h10 (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam pouco mais de 5 pontos, levando o contrato maio/16, referência para a safra do Brasil, a ser cotado em US$ 8,96 por bushel.

Ao mesmo tempo, o dólar frente ao real registrava uma nova sessão de volatilidade nesta terça. Voltando a focar o turbulento cenário político no Brasil, a moeda norte-americana, por volta de 12h20 (Brasília), subia 0,22% para R$ 3,925, porém, na sequência voltou a recuar e, pouco depois de 12h40 perdia 0,18%.

Entretanto, a divisa ainda apresenta, nos negócios de hoje, alguma sensibilidade às expectativas para a reunião de dois dias do Federal Reserve (o banco central americano) que começa nesta quarta-feira (28). A conjunção de fatores, como explicam os analistas, acaba afugentando os investidores de novas grandes apostas.

"Nosso quadro político poderá de uma hora para outra ditar o rumo da moeda por aqui", escreveu o operador da corretora Correparti Guilherme França Esquelbek em nota a clientes reportada pelo G1.

Dessa forma, os preços no Brasil ainda não apresentavam grandes variações também. No início da tarde desta terça, no porto de Rio Grande, a soja disponível se mantinha estável em R$ 86,00 por saca, enquanto a da nova safra, no mercado a futuro, subia 0,48% para R$ 82,90.

Mais do que nos portos, os preços da soja no interior do Brasil também sobem de forma significativa. Afinal, além das boas exportações brasileiras - que só em 2015 já superaram as 50 milhões de toneladas - a demanda interna segue bastante presente e aquecida. E as perspectivas são positivas, segundo sinalizam os analistas e consultores.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a saca de soja, de outubro de 2014 a outubro de 2015, já acumula um ganho de 32,7%, saltando de R$ 55,08 para R$ 73,00, em média, de acordo com uma apuração do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS).

Entretanto, a comercialização não está no foco dos produtores brasileiros neste momento. Os últimos dias trouxeram melhores condições climáticas, principalmente para a região Central do Brasil, e a dedicação dos sojicultores é agora ao desenvolvimento dos trabalhos de campo e a garantia da conclusão de um bom plantio, como explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.

Bolsa de Chicago

No mercado internacional, ainda de acordo com Brandalizze, o principal foco dos negócios está voltado para a conclusão da colheita nos EUA e o avanço do plantio no Brasil. E esses serão fatores, como explica o consultor, que ainda exerceram uma sazonal pressão sobre as cotações, mesmo que estas ainda contem com um bom suporte vindo da demanda.

Ontem, os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostraram que a colheita norte-americana já foi concluída, até o último domingo (25) em 87% da área. O índice ficou acima de 2014, quando havia 68% colhido, e superou ainda o total da média dos últimos cinco anos, de 80%. O portal internacional Farm Futures trabalhava com uma projeção de 82%. Este é, segundo analistas, o melhor ritmo de todos os tempos para os trabalhos de campo nos EUA.

Paralelamente, consultorias mostraram que a semeadura da safra brasileira já chega a cerca de 20% da área estimada e fica ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos, que varia- segundo os levantamentos de consultorias privadas - de 21% a 31%.

Fonte: Notícias Agrícolas