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Soja: Mercado tem manhã de leves altas em Chicago nesta 4ª após rally na sessão anterior

Depois das fortes altas registradas no fechamento de ontem, o mercado internacional da soja, na sessão desta quarta-feira (15), dá continuidade ao movimento positivo, porém, de forma bem mais tímida. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 2,25 e 3,75, tentando manter o patamar dos US$ 9,60 por bushel.

Os investidores seguem atentos às novidades do clima nos EUA e à espera do plantio da nova safra e encontram em fatores técnicos, segundo analistas, motivo para uma recuperação depois das últimas baixas.

Além disso, de acordo com analistas internacionais, há ainda rumores de que a China estaria sofrendo com uma pontual e de curto prazo escassez de soja, como noticiou o site norte-americano Agriculture.com.

"Estamos ouvindo relatos de que a China sofre de uma escassez pontual, de curto prazo, em seus portos. Esse é um boato de difícil apuração, porém, hoje os futuros da soja na Bolsa de Dalian subiram 16 cents por bushel e os preços alcançaram os US$ 18,11", disse um analista - que preferiu o anonimato - ao site norte-americano.

Além disso, a nação asiática divulgou, nesta quarta, dados sobre o seu crescimento e os números vieram melhores do que o esperado. No primeiro trimestre de 2015, a economia chinesa registrou um crescimento de 7% em seu PIB. Além disso, a renda das famílias mostrou uma alta de 8,1%.

Veja mais informações:

PIB da China cresce 7% no 1.o trimestre, e renda das famílias cresce 8,1%

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja sobe em Chicago e fecha com mais de 10 pts de alta nesta 3ª feira; no BR, estabilidade

Na sessão desta terça-feira (14), os futuros da soja fecharam o dia com altas de dois dígitos na Bolsa de Chicago depois de consecutivas sessões de baixa. Entre os principais vencimentos, os ganhos foram de 10 a 11,50 pontos, com as primeiras posições buscando se consolidar no patamar dos US$ 9,60 por bushel e o setembro/15 acima dos US$ 9,50.

Segundo explicou o consultor de mercado Steve Cachia, da Cerealpar, boa parte da recuperação observada nesta terça - de quase 1% no final dos negócios - foi técnica, principalmente depois dos últimos pregões acumulando baixas. "Esse mercado já sinaliza alguma recuperação, o que não significa, porém, uma explosão de preços, e isso baseando-se em fundamentos", diz.

Para Cachia, a safra recorde da América do Sul e a possbilidade de uma área de plantio maior nos Estados Unidos nesta temporada 2015/16 são fatores já absorvidos pelo mercado e a atenção dos investidores agora volta-se, inevitavelmente, para o comportamento climático norte-americano, bem como no tom especulativo que essa época traz ao mercado. "Mas, é importante lembrar que essas especulações não duram todo o verão americano",

Além disso, o consultor acredita ainda que a demanda internacional, principalmente por parte da China, também deverá continuar a atuar como um fator, no mínimo, de suporte para as cotações. "Com os preços internacionais mais baratos, o interesse deverá ser ainda maior (...) E o consumo de alimentos no país continua crescendo. Assim, a China deve continuar comprando de forma agressiva", explica.

O site norte-americano Agriculture.com divulgou, nesta terça, que um analista internacional que pediu para se manter anônimo, informou que um dos motivos para o rally dos preços nesta sessão foi a escassez de soja - no curto prazo - na China. De acordo com o editor do portal internacional, Mike McGinnis, os analistas afirmaram que os traders em Chicago se muniram também dessas altas na China para dar força ao avanço na CBOT.

"Estamos ouvindo relatos de que a China sofre de uma escassez pontual, de curto prazo, em seus portos. Esse é um boato de difícil apuração, porém, hoje os futuros da soja na Bolsa de Dalian subiram 16 cents por bushel e os preços alcançaram os US$ 18,11", disse o analista.

Nos Estados Unidos, o mercado de exportações já está mais lento, com a comercialização mais restrita ao mercado interno, os produtores focados no início do plantio da nova safra e as compras internacionais se voltando para a oferta da América do Sul, segundo explica o analista de mercado Vinícius Ito, da Jefferies Corretora, de Nova York. Ao mesmo tempo, porém, Ito destaca as estimativas do mercado de que em junho e julho a nação asiática poderia importar cerca de 8 milhões de toneladas de soja em cada um desses meses.

"A China que normalmente aumenta seu ritmo de compras a partir desse período, entre abril e maio, deve apertar o passo e isso tem firmado um pouco os preços. As margens de esmagamento por lá ainda são positivas e há a possibilidade de o produtor chinês destinar menos áreas de plantio para a soja, o que aumenta o potencial de interesse do país pelas importações", diz o analista.

Mercado Interno

No Brasil, apesar das fortes altas registradas em Chicago, o dia foi de estabilidade para os preços tanto nos portos quanto no interior do país. Ao mesmo tempo em que as cotações garantiram uma ligeira recuperação no quadro internacional e os prêmios seguem positivos - com mais de 65 cents acima da CBOT em Rio Grande e mais de 50 em Paranaguá - o dólar registrou mais um dia de baixas frente ao real.

A moeda norte-americana caiu quase 2% nesta terça-feira, fechou em R$ 3,0630, anulando, assim, os ganhos registrados no pregão anterior e limitando o avanço dos preços no mercado interno.

Em Paranaguá, o mercado fechou com R$ 67,20 por saca e alta de 0,30% e em Santos o ganho foi de 0,29% para R$ 68,70. Já em Rio Grande, o preço foi mantido em R$ 68,00 para a soja disponível e R$ 69,00 para entrega maio/15.

"Nós passamos por um pico de preços onde tivemos Chicago e o dólar melhores, o que deixou o preço mais atrativo. De lá para cá, o mercado sofreu um baque e recuou um pouco. Assim, o momento é de analisarmos, de esperar para entender o que vai acontecer nos próximos dias e aí sim, dependendo do nível de preços, cada um tomar a decisão em cima do que já comercializou - que é o mais importante - e então trabalhar esse mercado", orienta Steve Cachia.

Fonte: Notícias Agrícolas