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Soja: Mercado segue em alta e registra melhores preços em 10 meses

A quinta-feira (17) é de preços, novamente, mais altos para o mercado da soja. As cotações avançam no pregão eletrônico de hoje e, segundo informações da agência internacional Bloomberg, atingem o melhor patamar em 10 meses. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), o contrato maio era cotado a US$ 15,28 por bushel, com 10 pontos de alta. No vencimento setembro, os preços já superavam os US$ 13,00 e registrava 7,50 pontos.

Segundo analistas nacionais e internacionais, os últimos números divulgados pelo Nopa (Associação Nacional dos Processadores de Óleos Vegetais) que mostraram que o esmagamento de soja nos Estados Unidos está bastante aquecido foi a nova informação que faltava para que o mercado viesse a registrar novos e expressivos movimentos de alta.

Os dados divulgados na última terça (15) ficaram bem acima das expectativas e indicam, ainda de acordo com analistas, que os estoques norte-americanos poderiam ficar ainda mais ajustados. "Os preços da soja estão sendo sustentados pelos estoques preocupantemente baixos dos Estados Unidos", disse Luke Matthews, do Commonwealth Bank à Bloomberg.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Falta soja nos EUA e mercado volta a fechar acima dos US$ 15

Na Bolsa de Chicago, nesta quarta-feira (16), os futuros da soja registraram mais uma sessão de forte alta e as posições mais próximas encerraram o dia, novamente, com altas de dois dígitos. O mercado segue confirmando a força dos fundamentos e o papel que ainda possui de racionar a demanda, a qual permanece bastante aquecida frente à escassez de produto nos Estados Unidos.

Dessa forma, o vencimento maio, referência para a safra brasileira e ainda o mais negociado, terminou o pregão cotado a US$ 15,18 por bushel, subindo 17,50 pontos, enquanto o julho ficou em US$ 15,08, com alta de 21,25 pontos. Assim, os preços registraram os melhores patamares em oito meses em Chicago.

O mercado, segundo explicam analistas, ainda reflete a situação dos baixos estoques norte-americanos, se encontrando em níveis historicamente baixos, ao lado de uma procura intensa pelo produto do país. Assim, deverão atingir os mais baixos níveis desde 2004.

Ao mesmo tempo em que os embarques e exportações seguem acontecendo em um ritmo acelerado, a demanda interna também se mostra bastante firme e aquecida. Os últimos números trazidos pelo Nopa (Associação Nacional de Processadores de Óleos Vegetais) ficaram bem acima das expectativas do mercado.

"Com os estoques apertados, fortes exportações e o forte número de esmagamento espera-se mais aperto daqui para frente. Agora, os Estados Unidos deverão alcançar a projeção de importações para esta temporada, de 1,77 milhão de toneladas, para impedir que os estoques locais sejam ainda mais reduzidos, apesar de algumas compras já terem ocorrido nos últimos dias com o objetivo de aliviar a tensão", disse o presidente da empresa norte-americana Grain Hedge e Geograin.

Além das informações sobre o aumento do esmagamento de soja nos EUA, Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado alerta também para os estoques de óleo do país também registrando níveis muito baixos e preocupantes no país."Isso quer dizer que talvez os EUA tenham que forçar ainda mais o esmagamento para recompor seus estoques nos próximos meses ou, pelo menos, até a entrada da safra nova", diz.

O quadro atual dos EUA está forçando e confirmando, portanto, a necessidade que os EUA terão de importar soja para poder manter o equilíbrio de seu quadro de oferta e demanda. Com isso, já há notícias no mercado de que cargas de soja brasileira que teriam a China como destino estariam sendo direcionadas para o território norte-americano, em movimentos de washouts.

Safra 2014/15 - Enquanto as posições mais próximas mantêm uma forte tendência de alta no mercado internacional, os vencimentos referentes à safra 2014/15 têm seu potencial de avanço ainda um tanto limitado. As primeiras projeções indicam um aumento de área de plantio com a oleaginosa, bem como uma produção também maior na próxima temporada.

Entretanto, as atenções dos investidores sobre o novo ciclo estão voltadas para as condições climáticas nos Estados Unidos. O início do plantio do milho começa sob um cenário adverso, com temperaturas abaixo do normal para o período e, em alguns estados, até mesmo a presença de neve.

Uma tempestade de neve nesse meio do mês de abril deverá atingir e se concentrar nas planícies do Norte e a região mais ao norte do Meio-Oeste dos Estados Unidos, segundo informações do site norte-americano especializado em previsões climáticas AccuWeather.

Os maiores impactos desse sistema serão sentidos entre esta quarta (16) e quinta-feira (17), quando essa neve terá uma chance maior de se acumular em lugares com pouca luminosidade. Isso poderia comprometer as condições das rodovias locais, deixando-as mais lisas e lamacentas.

A previsão para a próxima semana, no entanto, é de tendência de uma clima mais quente nessas regiões, o que poderia significar o fim da neve em cidades como Minneapolis, Madison e Milwaukee.

Para esse mês de abril, na segunda quinzena, o site já aponta para temperaturas mais altas em estados como Iowa e Illinois, os principais estados produtores dos EUA. Em Decatur, Illinois, a previsão é de temperaturas entre 14 e 28ºC, intercalando dias de sol e nublados. Já para Des Moines, no Iowa, alguns dias com chuvas e temperaturas variando de 11 a 27ºC.

Brasil

No mercado brasileiro, os negócios permanecem estáveis e sem registrar um ritmo muito acelerado. Segundo um levantamento da Safras & Mercado, há ainda cerca de 30% da safra brasileira para ser comercializada. Nesse momento, entretanto, com um dólar mais baixo do que o registrado há alguns meses, os produtores brasileiros têm evitado efetivar alguns negócios à espera de melhores preços, apesar de boas referências praticadas em Chicago.

As exportações brasileiras, no entanto, seguem registrando números recordes. Somente na primeira semana de abril, as exportações brasileiras de soja somaram 1,67 milhão de toneladas, segundo informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Já em todo o mês de março, as vendas do Brasil foram de 6,23 milhões de toneladas, registrando um recorde para o mês . E para todo o ano safra, o governo estima que sejam exportadas 45,3 milhões de toneladas, um volume que, ao ser concretizado, será 2,5 milhões de toneladas maior do que o número da temporada 2012/13.

Uma imagem da agência internacional Reuters feita com dados de rastreadores de navios do mundo todo mostram o intenso fluxo de navios de minérios e grãos saindo dos portos brasileiros para o mundo todo, principalmente para o continente asiático.

Atualmente, há mais 136 navios de grãos esperando para o embarque de cargas nos portos brasileiros até esta quarta-feira (16), com destaque para Paranaguá, Santos e Rio Grande.

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