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Soja: Mercado no Brasil segue esbarrando no dólar

O mercado internacional da soja ampliou suas baixas na sessão desta terça-feira (14) e os futuros da oleaginosa encerraram o dia com perdas de mais de 9 pontos entre os principais contratos. O contrato maio/17, referência para a safra brasileira, fechou o dia cotado a US$ 10,56 por bushel neste momento.

A pressão sobre os preços vem ainda do ajuste do mercado depois das últimas altas e também da falta de novidades que possam motivar o mercado a deixar para trás essa lateralização em que estão travadas as cotações. Ao mesmo tempo, as referências se mantêm ainda presas a um comportamento técnico, e respeitando seus patamares de suporte e resistência.

Os fundos continuam bastante comprados na oleaginosa e, portanto, defendendo essa suas posições, ajudando no suporte aos preços praticados na CBOT. Entre os fundamentos, os traders ainda mantêm na conta a conclusão da safra da América do Sul, acompanhando, principalmente, a nova - e grande - oferta que chega no Brasil.

Os pontuais problemas causados pelo excesso de chuvas, especialmente em Mato Grosso, para a colheita têm, no entanto, efeito limitado sobre o mercado na CBOT. As perspectivas de uma safra com potencial para superar os 104 milhões de toneladas não perdem muita força dos últimos episódios, mesmo com os prejuízos ainda sendo contabilizados.

Segundo o diretor da INTL FCStone, Glauco Monte, as previsões indicando melhora do clima nos próximos dias no Brasil para o avanço dos trabalhos de campo, porém, ajudaram a pressionar as cotações nesta terça. "Alguns mapas climáticos mostram condições mais positivo para o avanço da colheita daqui dois, ou três dias, e isso trouxe uma certa pressão sobre as cotações em Chicago", diz.

Entretanto, Monte lembra os produtores que os preços em Chicago praticados atualmente são melhores do que os do ano passado e que o câmbio ainda é o fator tira a força da formação dos preços no Brasil, deixando, portanto, a oleaginosa brasileira menos competitiva neste momento.
"Isso é o que vem prejudicando o produtor brasileiro este ano", afirma. "E o ritmo de vendas do produtor está totalmente ligada aos preços, e no momento que, em reais, caíram, os produtores se retraíram, esperando uma melhora efetiva nas vendas, apesar de Chicago ter ajudado", explica o consultor.

E nesta terça, os preços da soja nos portos do Brasil perderam mais de 1%. Em Rio Grande, o produto disponível foi a R$ 74,40 por saca e, no mercado futuro, a R$ 77,40, com baixas respectivas de 1,20% e 1,40. No terminal de Paranaguá, as últimas referências ficaram em R$ 75,00, perdendo 0,66%.

Dólar

Nesta terça-feira, o dólar fechou abaixo dos R$ 3,10. A moeda recuou 0,45% e foi a R$ 3,0960, sendo este, segundo noticiou a agência de notícias Reuters, o menor fechamento desde 2 de julho de 2015. A movimentação foi reflexo, "do fluxo de ingresso de recursos e pela volta da atuação do Banco Central no mercado de câmbio", de acordo com a agência.

"A percepção é de que há mais um vendedor (BC) no mercado", afirmou mais cedo o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto à Reuters.

Fonte:Carla Mendes/ Notícias Agrícolas