Soja convencional vale mais
Sojicultores de Mato Grosso que apostaram no plantio de soja convencional garantem R$ 400 por hectare a mais do que aqueles que plantaram variedades transgênicas na safra 2013/2014. Com uma produtividade média de 50 sacas por hectare, o produtor do grão sem modificações genéticas recebe cerca de US$ 150 por hectare a mais. Isso por que a cada saca de soja convencional comercializada, o comprador garante em média US$ 3. Algumas empresas compra- doras chegam a ofertar US$ 3,80 de prêmio por saca nesta safra.
A valorização foi estimulada pelos consumidores europeus e asiáticos e torna a opção cada vez mais atraente para os produtores, avalia o produtor e diretor financeiro da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Roger Augusto Rodrigues. No município de Diamantino, onde ele mantém suas lavouras, a soja transgênica está sendo comercializada por US$ 20 a saca. Para o grão convencional há um acréscimo de 15%, considerando o valor do prêmio pago. Na avaliação de Rodrigues, é preciso garantir uma produtividade muito superior com as variedades transgênicas para compensar financeiramente o resultado obtido com o grão convencional. “E quando se fala em produtividade, há variedades convencionais que também permitem colher entre 60 a 70 sacas por hectare, já que o rendimento está relacionado à variedade e não à transgenia”.
De acordo com o engenheiro responsável pelas sementes Tomazetti, Osmar Boschilia, o prêmio pago pela soja convencional na safra 2013/2014 oscila entre US$ 3 a US$ 3,80 por saca. No final do ano passado, o valor médio do prêmio pago pela saca do grão não-transgênico variava de US$ 2,50 a US$ 3 e já era duas vezes superior ao valor pago nas safras anteriores. “Então, se o produtor de soja con- vencional conseguir uma produtividade média de 60 sacas por hectare e R$ 8 no ágio, vai receber R$ 480 a mais por hectare plantado”.Desde a última safra, a área plantada com soja convencional ganhou mais espaço por causa da valorização no mercado. Mas a oferta é uma das principais reguladoras dos preços, observa o diretor técnico da Aprosoja, Luiz Nery Ribas. “A partir do momento que mais gente plantar, tendência diminuir a remuneração”.
Em relação à produtividade, o engenheiro agrônomo afirma que não difere muito entre as sementes convencionais ou transgênicas. “O ideal é alternar o uso das duas, para melhorar o controle de ervas daninhas e pragas”
Gazeta Digital
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