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Software ajuda agricultor analisar eficiência da pulverização

O IAC (Instituto Agronômico de Campinas) desenvolveu, em parceria com a empresa Ablevision Sistemas, um software que auxilia o agricultor a avaliar a eficiência da aplicação de defensivas agrícolas, o DropScope.

A ferramenta mostra se a aplicação do defensivo foi feita corretamente e sugere como o produtor deve corrigir eventuais falhas.

Para que o sistema conseguisse detectar dados fundamentais para auxiliar no controle de pragas, como as partes da planta em que a pulverização não foi feita corretamente, os pesquisadores do IAC desenvolveram um scanner portátil de leitura de papéis hidrossensíveis, que mudam de cor em contato com líquidos. Com isso, é possível identificar com precisão o grau de eficiência da pulverização.

O processo é simples: primeiro, o agricultor instala o software em um notebook, que pode ser levado para o campo. No momento da pulverização, o programa faz ao produtor uma série de perguntas, como se fosse um consultor virtual, sobre a espécie da planta que receberá o defensivo, seu tamanho e se há pragas ou doenças na haste, no fruto ou nas folhas.

O sistema também solicita vários dados sobre o produto que será aplicado. “Com base nessas informações, o DropScope identifica em que parte da planta a pulverização deve ser feita para que a praga seja realmente erradicada”, diz Hamilton Humberto Ramos, pesquisador do IAC e um dos criadores do programa. “Isso é muito importante, porque em geral a doença ocorre em determinadas partes da cultura, e não em toda ela”, explica o pesquisador.

Depois que a aplicação do defensivo é realizada, o agricultor coloca o papel hidrossensível bem próximo à área em que foi realizada a pulverização para verificar se a operação foi bem-sucedida. “Muitos grampeiam uma folha da planta no papel para ter certeza que o sistema fará a leitura correta da pulverização”, diz Ramos.

O segundo passo é colocar o papel hidrossensível no scanner portátil, que fica conectado ao notebook. Esse papel então passa a funcionar como um farol de trânsito. Se ficar vermelho, significa que o processo foi mal feito. Amerelo é regular. O verde é sinal de que a pulverização foi bem realizada.

Quando o programa identifica que a aplicação do defensivo não foi adequada, ele sugere o que deve ser feito para corrigir o problema. “O objetivo da pulverização é atingir especificamente a parte da planta em que ocorre a praga. Se o produto for colocado no local errado, não vai adiantar”, diz Ramos.

O pesquisador lembra que a aplicação correta de defensivos também traz redução de custos, principalmente em relação à quantidade de água utilizada. Em uma cultura com ciclo de 200 dias com a da soja, em geral são consumidos 200 litros de defensivos e água. “A economia pode ser bastante expressiva somente com a adequação do volume de água necessário”, afirma Ramos.

Fonte: Revista Globo Rural / Foto: Inteliagro