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Setor do etanol enfrenta dificuldades com alta no custo de produção

Dados referentes do setor sucroenergético apontam para uma safra de cana-de-açúcar 2015/16 mais alcooleira.  Com a crescente demanda de etanol no mercado, líderes da cadeia produtiva destacam a implementação de políticas e investimentos para  a competitividade do biocombustível.

O aumento do consumo de etanol, numa média de 1,5 bilhão de litros por mês, e a elevada demanda, ainda não são suficientes para recuperação do setor sem as medidas necessárias. Especialistas questionam as iniciativas governamentais adotadas, recentemente, para a recolocação do etanol. O retorno da CIDE, por exemplo, é considerado insuficiente para alavancar as usinas, que ainda enfrentam baixa produtividade.

Segundo o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, o preço do hidratado ainda não está cobrindo os custos de produção. “Sua comercialização é frágil”, afirma Plinio, durante a Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol. Já para o presidente da Coruripe, Jucelino Sousa, apesar dos preços da gasolina estarem em alta, no caso do etanol, os valores seguem estáveis, sem reflexos lucrativos para a produção.

De acordo com o presidente da Tereos, Jacyr Costa Filho, diante deste cenário, o setor segue prejudicado por falta de estímulos ao produtor. “Precisamos de um marco regulatório para o mercado de etanol. Temos conversas constantes com o governo para que seja definida uma política de longo prazo que garanta o papel do etanol na matriz energética do País e possibilite a retomada de investimentos neste segmento. Somente a valorização das externalidades positivas do biocombustível derivado da cana - uma fonte de energia limpa e renovável - em relação à gasolina trará uma solução sustentável que atenda definitivamente aos consumidores e produtores”, explica Jacyr.

Outros grandes produtores sugerem ações de precificação que beneficiem também as usinas.  “Atualmente, o etanol é competitivo a nível do consumidor, mas o produtor ainda não é remunerado. Não temos o retorno financeiro. É preciso voltar o olhar para um diferencial na remuneração dos custos”, aponta o presidente Raízen, Pedro Mizutani. Ele ainda completa: “Para que o setor possa crescer, serão necessários investimentos, como por exemplo, uma CIDE adicional, ou uma forma de incremento para competitividade”. Avalia.

A competitividade do etanol é um dos assuntos de destaque da 15ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, que acontece hoje (22), em São Paulo.

Fonte: Universo Agro