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Saída da crise e novo arranque passam pelo agronegócio, diz presidente da John Deere

A saída da crise que vivemos hoje passa impreterivelmente pelo investimento no agronegócio, afirmou o presidente da John Deere, Paulo Herrmann, na última segunda-feira (21), durante evento da RedeAgro, realizado em Indaiatuba (SP). “A crise é, acima de tudo, de falta de confiança, e isso é o mais perverso, porque o agricultor toma decisão por emoção, por se sentir confiante ou não. A maioria ainda age assim”, disse o executivo, acrescentando que “agora é que começamos a observar uma nova geração de empresários rurais mais estruturados, atentos a planejamentos de maior prazo, etc.”

Entretanto, o executivo da companhia ponderou que com crise ou sem crise, é preciso comer, e demanda, seja ela doméstica e global não vai faltar. De acordo com o executivo, não que o agronegócio não sofra com o cenário macroeconômico em nível interno ou externo. “O setor também sofre os impactos”, ressaltou. Só que, de acordo com Herrmann, o agronegócio tem suas regras de mercado específicas, fundamentalmente ligadas à própria sobrevivência humana, o que garante diferenciais ao setor.

Para ele, mais do que ser saída para a crise, o agronegócio é o combustível para um novo arranque mais duradouro para o Brasil. “De fato, nós passamos por um momento delicado, mas não tenho dúvidas que este país está fadado ao sucesso”, assinalou, ressaltando que “a incorporação de tecnologia no campo é fundamental para que o agricultor supere o momento adverso”.

Para ilustrar seu raciocínio, Herrmann usou como exemplo as transformações por que passa o maior cliente do agronegócio brasileiro, a China. Na avaliação do executivo, a desaceleração do mercado chinês atinge as commodities minerais e metálicas, como petróleo e minério de ferro. “A demanda por alimentos não entra nesta conta. É preciso desconectar esta relação de diminuição do ritmo de crescimento do PIB chinês com menos consumo de alimentos. A China vai continuar comprando comida”, analisou.

De acordo com Herrmann, o fim da política do filho único no país asiático, por exemplo, fará uma grande revolução na demanda por alimentos, por produtos agrícolas, e os economistas pouco têm falado sobre isso, disse ele. Além disso, acentuou o executivo, outro fator que assegura a demanda da China por alimentos é justamente a escassez de água local. “É mais barato para a China importar alimentos do que fazer toda uma estrutura hídrica para produzir lá. ”

Fonte: Datagro