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Queda no preço não impede o otimismo na exportação da soja

Apesar de preocupação com o crescimento da China, principal importador de soja, e queda na cotação, exportadores do grão mantêm o otimismo. Diante da safra recorde brasileira neste ano, esperam recuperar nos próximos anos o valor da tonelada da oleaginosa, que teve queda de até 35%. Para isso, estão de olho em novos mercados, principalmente entre os países árabes e do sudeste asiático. O mercado internacional da soja e as perspectivas da demanda foram um dos temas do VII Congresso Brasileiro da Soja, que iniciou nesta segunda-feira, em Florianópolis.

A China ainda é considerada a grande engrenagem no mercado internacional. O protagonismo do país asiático aparece nos resultados das exportações brasileiras. Entre janeiro e maio deste ano, a China foi o destino de cerca de 75% do produto exportado.

- Há uns 20 anos tínhamos um mercado em progressão, porém com expectativa de exaustão, porque os maiores compradores eram os europeus com economias maduras. Com o ingresso da China você ganha um novo impulso e o país responde por mais da metade das compras internacionais. A preocupação é com a redução da taxa de crescimento da China – observa Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja.

Porém o especialista ressalta que o que leva a China a importar está mais vinculado com o processo de melhoria de qualidade de vida do que com o crescimento populacional, o que pode significar que ainda há fôlego para a exportação da soja brasileira.

- O mercado chinês é francamente comprador nos próximos 10 anos, embora em 2015 o Brasil esteja com estoques altos - diz.

Esse estoque é resultado de safras muito grandes não apenas no Brasil, mas na Argentina e EUA, o que resulta em redução de até 35% na cotação do bushel de soja.

- Com a correção cambial, ao mesmo tempo que caem as cotações da tonelada de soja em dólar, sobe o ganho do exportador e do próprio agricultor. Ou seja, eles não sentiram muito a queda.

Para Gazzoni, o fundamental é estar atento em mercados alternativos, como países do sudeste asiático, pelo crescimento e falta de condições de autoabastecimento total, e países árabes, pela renda per capita elevada.

Fonte: Diário Catarinense