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Produzir mais, gastar menos

Investir em novas tecnologias e aplicá-las de forma adequada podem garantir sucesso de safra 

A adoção de tecnologias no sistema de produção tem sido um dos principais fatores que contribuem para a evolução da agricultura brasileira. Aliadas a um manejo adequado, o uso de sementes mais produtivas e produtos mais eficientes e seletivos é a aposta de quem está no ramo. Alexandre José Cattelan, chefe de transferência de tecnologia da Embrapa Soja, em Londrina, afirma que é possível produzir mais e gastar menos com a adoção de ferramentas que auxiliam no bom desenvolvimento da lavoura.

Cattelan observa que a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e do Manejo Integrado de Doenças (MID), por exemplo, ajuda muito o produtor a reduzir custos com a aplicação de defensivos. "Além de ajudar a manter a biodiversidade, eleva o índices de produtividade", explica o pesquisador da Embrapa Soja.

Ele destaca que o MIP e o MID proporcionam o uso eficiente e adequado dos insumos de acordo com a recomendação agronômica.

Aplicar uma determinada tecnologia de defensivos, por exemplo, requer sempre um apoio técnico. "Muitas vezes o produtor não tem essa mão de obra", salienta o especialista. Cattelan observa que não basta o produtor também ter uma semente de alta tecnologia se não fizer o plantio na época certa, ou seja, dentro do zoneamento.

A Embrapa Soja possui um portfólio de tecnologias de melhoramento genético como as sojas BT e convencional, além das variedades Cultivance e RR1.

"A lavoura é um organismo vivo, qualquer interferência tem efeitos benéficos ou colaterais", destaca o pesquisador da Embrapa Soja. Com a tecnologia adequada, todos os produtores podem adotar as boas práticas de produção.

Tiago Pellini, diretor de pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), afirma que o custo de produção sempre deve ser levado em conta, mas ele frisa que, quanto maior a produtividade, melhor será a receita do agricultor. "Os produtores que se destacam são aqueles que selecionam materiais mais eficientes, produzindo mais com o mesmo custo", destaca Pellini.

O especialista do Iapar afirma que para alcançar uma alta eficiência produtiva o primeiro passo é um manejo bem-feito, utilizando um adubo de boa intensidade, escolher a variedade mais propícia para a região e a tecnologia correta. "A tecnologia é composta por um sistema de produção e não só de um insumo", acrescenta.

Segundo Pellini, a adoção de tecnologia de processo garante 80% da eficiência das lavouras, sendo que apenas 20% da eficiência são provenientes das sementes e fertilizantes. Outra tecnologia de manejo que

Pellini cita é a integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF). Com o sistema, o diretor de pesquisa do Iapar afirma que o processo torna a agricultura mais sustentável. Ele acrescenta que o agricultor sempre deve estar sob a orientação da assistência técnica.

De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), na safra 2007/08 o rendimento médio das lavouras de milho do Paraná foi de 3.855 quilos por hectare, contra 5.863 quilos por hectare recolhidos no ciclo 2014/15. Em soja, na última safra verão foram retiradas das lavouras paranaenses 3.439 quilos por hectare, ante 2.988 quilos por hectare de rendimento no período 2007/08. Os dados, reiteram os especialistas, mostram como a adoção de tecnologia e manejo adequados podem resultar em boa safra.

Fonte: Folha Web