Produtor de Iguatemi que teve fazenda saqueada inicia retirada do gado
O produtor rural Osmar Bonamigo iniciou a retirada dos animais da Fazenda Cambará, em Iguatemi, invadida e saqueada por indígenas na semana passada. Com o acesso limitado pelos Guarani Kaiowá, que invadiram a sede da fazenda descumprindo decisão da Justiça Federal, Bonamigo tenta recuperar parte do gado e maquinários retidos.
Os indígenas ignoraram decisão anterior da Justiça Federal, determinando a permanência do grupo em uma área de 100 hectares, próximo à sede da propriedade, invadida há mais de dois anos. “A justiça me multaria em R$ 10 mil por dia caso não autorizasse a presença dos indígenas em parte da minha propriedade. Mas nenhuma multa é direcionada a eles, que invadem de forma violenta, saqueiam e ignoram qualquer determinação judicial”, lamenta Bonamigo, durante a retirada dos seus bens da propriedade.
Referindo-se à ação contínua dos indígenas, que não param com as invasões e que rasgam mandados de reintegração de posse, como ocorreu ano passado em Sidrolândia, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, chama atenção para o risco da inoperância do poder público diante do crime de invasão. “A certeza da impunidade diante da omissão do Governo Federal provoca a condição de absoluta insegurança jurídica e de caos social que presenciamos no Estado”, enfatiza Riedel.
O presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Hilário Parisi, preocupa-se com a possibilidade de novas invasões. “Aqui na região são 46 propriedades inclusas nos estudos da Funai e uma já foi invadida. São áreas que concentram a produção do município. As invasões vão gerar além do impacto social, grande choque econômico”, alerta Parisi.
Invadida pela primeira vez em 2011 a Fazenda Cambará teve o pedido de manutenção de posse determinada pela Justiça Federal no ano seguinte. O advogado do proprietário da fazenda, Armando Albuquerque, registrou boletins de ocorrências na Polícia Federal de Iguatemi, referente às ações violentas dos indígenas e registrará nesta semana, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, um pedido de nulidade da identificação da suposta área indígena.
Naquela região os estudos da Fundação Nacional do Índio (Funai) envolve cerca de 46 propriedades privadas, cerca de 14% da área territorial do município de Iguatemi.
Representantes da Famasul se reuniram nesta quarta-feira (19) com um grupo de pequenos produtores rurais de Bodoquena, que acrescentaram três propriedades invadidas por indígenas, no levantamento da Federação. Estância Amaralina de 148 hectares, a Chácara Recanto de 55 e a Tarumã de 24 hectares, passam a integrar a lista de 83 propriedades privadas invadidas no Estado.
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