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Produção de milho é a menor desde 2002, diz IBGE

A produção do milho de primeira safra em 2015, ou milho verão, é a menor desde pelo menos 2002, quando o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) passou a divulgar os dados das duas safras de milho separadamente, informou nesta sexta-feira (11/9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Neste ano, o volume colhido da safra de verão do milho deve fechar em 29,694 milhões de toneladas, 2,9% abaixo da colheita de 2014. "Em 2002, o milho de primeira safra era responsável por cerca de 70% da produção, enquanto o milho de segunda safra representava 30%. Hoje, isso se inverteu", explicou o gerente de Pesquisa do IBGE, Mauro Andreazzi.

Segundo ele, nos últimos anos houve uma aceleração do processo de substituição do plantio do milho no início do ano pelo cultivo do cereal após a colheita de soja. "O milho de segunda (safra) é chamado de safrinha, mas hoje já é responsável por 64,8% do total", disse Andreazzi.

Além da substituição, o milho de primeira safra enfrentou este ano aestiagem no Nordeste e os preços baixos, que desestimularam o plantio no início de 2015. Enquanto isso, o cultivo do milho de segunda safra só cresce. Em agosto, o LSPA apontou uma safra recorde de 54,625 milhões de toneladas este ano, avanço de 12,4% em relação a 2014. Só na passagem de julho para agosto, 1,3 milhão de toneladas foram adicionadas à estimativa de produção, diante do melhor rendimento obtido no Centro-Oeste.

Em Mato Grosso, maior produtor (38,5% do total), esse rendimento está em 5.997 quilos por hectare. "As chuvas no Centro-Oeste, apesar de terem atrasado, se estenderam. Então, mesmo o milho plantado fora da época adequada conseguiu produção", explicou o gerente.

"Além disso, a valorização do dólar está elevando as exportações. Mesmo com safra recorde, o preço está se mantendo. Isso é bom para o produtor", notou o técnico do IBGE Carlos Barradas. Com o preço do milho mais vantajoso, os produtores preferiram plantar a segunda safra do cereal em vez de investir no sorgo (matéria-prima de rações). Com isso, a produção de sorgo deve totalizar 1,988 milhão de toneladas em 2015, queda de 10,0% em relação ao ano passado.

Fonte: Estadão Conteúdo