Novas previsões de chuvas na Argentina e Sul do Brasil deixam soja em Chicago pressionada

Nesta segunda-feira (08), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) devolveu parte de seus ganhos, com uma intensificação da queda no meio do pregão.

Flávio França Jr., da Flávio França Consultoria, visualiza que o mercado em Chicago está "perdido" e sendo confundido pelas previsões conflitantes de clima na Argentina e no sul do Brasil. Além disso, ele também destaca um exagero de otimismo relacionado à situação argentina, já que o tempo para o plantio está passando e o país sul-americano ainda possui uma boa área para plantar.

França Jr. aponta que cerca de 25% a 40% das áreas argentinas apresentam problema de umidade e que a CBOT ainda não assimilou essa situação real. Os mapas de hoje apontaram para um aumento no volume das chuvas no país, ao mesmo tempo em que as notícias de demanda foram boas.

O consultor salienta uma expectativa em torno do próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a ser divulgado na próxima sexta (12), que trará informações sobre os números finais da safra norte-americana, podendo apontar para números surpreendentes "para cima ou para baixo". Há, ainda, a possibilidade de que as projeções de exportação de soja e milho por parte dos Estados Unidos sejam reduzidas, aumentando os estoques finais dessa nova temporada.

Ele também diz não acreditar que uma quebra na Argentina ou no Rio Grande do Sul poderia ser compensada pelo Centro-Oeste brasileiro. Se confirmada, a redução do potencial produtivo poderia afetar o mercado e repercutir no mercado interno, na visão do consultor. Neste momento, os produtores brasileiros seguram soja e milho aguardando pelas próximas notícias do mercado.