Skip directly to content

FMC quer 10% do mercado de defensivos para soja até 2020

A multinacional FMC espera deter até 2020 uma participação de pelo menos 10% no mercado brasileiro de defensivos para a soja e de outros 10% nos produtos voltados para a cultura do milho. A afirmação é do diretor comercial da empresa, Carlos Alberto Baptista.

"De quatro a cinco anos para cá, nós estamos reposicionando o milho e a soja como um pilar estratégico. Para que possamos crescer em um mercado tão concorrido como o brasileiro, precisamos aumentar nossa participação nessas duas culturas", diz ele.

Atualmente, a atuação da empresa é maior nas culturas de algodão, onde detém 25,1% de participação de mercado, e cana-de-açúcar, com 20,5%. No entanto, diz Baptista, são setores que perderam forçae levaram a empresa a uma readequação da sua estrutura de negócios voltada para estes segmentos. De outro lado, na soja, a participação da FMC no mercado nacional é de 6,3%, e no milho, de 4%, com potencial de crescimento.

"O setor de grãos é o maior mercado e onde há a maior oportunidade", avalia o diretor comercial da empresa. Carlos Alberto Baptista ressalta que a compra da Cheminova, feita pela FMC em abril deste ano, teve como uma das finalidades a ampliação do portfólio para viabilizar o acesso aos mercados mais fortes.

Comparando as possibilidades, o executivo acredita que o de soja deve apresentar mais dificuldades pela maior concorrência. "No mercado de soja, há uma gama de produtos de tecnologia e de empresas atuando mais fortemente", explica.

Safra 2015/2016

Sobre a atual safra de grãos, com o plantio próximo do início, o atraso no pré-custeio, que prejudicou a demanda por insumos no primeiro semestre, a alta do dólar, crédito mais caro - com maior exigência dos bancos para a concessão dos financiamentos - e preços mais baixos de commodities agrícolas são fatores que levaram o produtor rural brasileiro a ser mais cauteloso. A situação deve implicar queda na receita do setor de defensivos neste ano, avalia o diretor da FMC.

Baptista acredita que, de um modo geral, a safra 2015/2016 deve ser de crescimento da área plantada com soja - em torno de 100 a 200 mil hectares - e de milho, com a segunda safra ganhando ainda mais força. De outro lado, a superfície com algodão deve ficar em torno dos 950 mil hectares. Mas o executivo entende que, na compra de defensivos, o produtor deve adotar uma postura diferente de anos anteriores.

"O produtor está fazendo poucos investimentos e, com isso, não estamos vendendo volumes tão folgados. Em anos anteriores, ele comprava um pouco a mais da necessidade. Neste ano, ele tem comprado estritamente o volume necessário, descontando, inclusive, o estoque que ele tem na fazenda", explica Baptista.

Citando o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), o diretorda FMC diz que o cenário do mercado brasileiro de defensivos agrícolas aponta para um faturamento entre US$ 10 bilhões e US$ 10,5 bilhões no Brasil. No ano passado, foram US$ 12,5 bilhões.

"Pode diminuir até um pouco mais por dois motivos: a redução dos preços em dólar e, logicamente, a compra de volumes menores. O produtor está pressionando por um preço menor dos produtos", diz ele, lembrando que a alta do dólar em relação ao real é negativa para as empresas que dependem de importação.

Acompanhando a tendência, a FMC deve encerrar o ano com receita de US$ 900 milhões. Em 2014, o valor foi de US$ 1,05 bilhão. Se confirmado esse número, será uma queda de 14,2%, menos que o esperado para a indústria como um todo, que pode chegar a 16%. Carlos Alberto Baptista, no entanto, não avalia o cenário como crítico.

"Não é um ano fácil. Logicamente que já vendemos mais produtos do que hoje, mas dentro do esperado, temos atendido às expectativas", diz. Significa, mesmo em um cenário de queda, encerrar o ano com uma participação em torno de 9% no mercado nacional. Uma retomada dos níveis de crescimento, segundo ele, deve ocorrer entre 2016 e 2017.

Carlos Alberto Baptista fez as afirmações em Vilhena (RO), ponto de partida de uma expedição por lavouras do estado, que vai até o fim da semana. A iniciativa, em sua segunda edição, reúne 80 produtores rurais, e terminará em Porto Velho, capital de Rondônia, totalizando 900 quilômetros.

 Fonte: Revista Globo Rural