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Setor sucroenergético pede eficiência maior para etanol hidratado

O setor sucroenergético retoma as conversas com o governo para buscar espaço ao etanol no mercado brasileiro. Como o Broadcast havia adiantado em junho, o setor preparava uma pauta de discussão e essas demandas foram apresentadas nesta terça-feira, (14/7), em encontro com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro.

Lideranças do segmento defenderam que a paridade entre etanol hidratado e gasolina em carros flex seja superior aos atuais 70% e que a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente sobre a gasolina seja elevada para algo próximo a R$ 0,60 por litro. Os assuntos tratados foram relatados à reportagem pelo vice-presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, Renato Cunha, que participou do encontro.

A reunião ocorreu em Brasília. Começou às 18h30 e foi até quase as 21 horas. Além de Monteiro e de Cunha, estiveram presentes integrantes da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, liderada pelo deputado Sérgio Souza (PMDB/PR).
Conforme Cunha, a alteração na paridade entre hidratado e gasolina passaria pelo aperfeiçoamento do Inovar-Auto, programa do MDIC voltado a pesquisas em torno da competitividade do setor automotivo. Segundo ele, em outros países o etanol chega a ter eficiência energética de até 80% do combustível fóssil. Quanto à Cide, Cunha afirmou que é preciso "sair da improvisação e entender as regras".

"Temos de chegar a um planejamento de correção da Cide. Para nós, o valor que deveria ser corrigido é de R$ 0,60 por litro, mas hoje está em R$ 0,22 por litro", comentou ele, que também preside o sindicato das indústrias sucroalcooleiras de Pernambuco, o Sindaçúcar-PE.

O encontro ontem em Brasília também tratou dos compromissos que o Brasil deve assumir na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, a COP-21, a ser realizada em Paris no fim do ano. Nesse contexto, o etanol, como combustível renovável, teria papel de destaque, disse Cunha.

Discutiu-se ainda o papel do Conselho Interministerial de Açúcar e Álcool (Cima), que, na avaliação da liderança, precisa ser "revigorado" e ter maior participação nas decisões envolvendo o setor sucroenergético. Partiu do Cima, por exemplo, a efetivação do aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, de 25% para 27%, anunciado em março.

"O setor precisa de regras, não queremos benesses. Somos uma alternativa ambientalmente correta e viável para o consumidor que tem carros flex", concluiu.

Fonte: Estadão Conteúdo