Bolsas de Chicago e NY não operam nesta 6ª feira antecipando feriado de 4 de julho nos EUA
As bolsas norte-americanas - Chicago e Nova York - não funcionam nesta sexta-feira, 3 de julho. Trata-se de uma antecipação do feriado do Dia da Independência, a ser comemorado neste sábado (4). Na segunda-feira (8), os negócios serão retomados. Assim, os preços exibidos na nossa página inicial referem-se ao fechamento da quinta-feira (2).
No mercado internacional de grãos, os preços fecharam a semana útil na CBOT acumulando ganhos significativos, de mais de 4% para a soja e superiores a 9% para o milho. No café, os últimos dias foram de acentuada volatilidade e a perda de patamares importantes entre alguns dos principais vencimentos.
Confira o fechamentos dos mercados de soja e milho:
Soja
O mercado internacional da soja fechou a semana nesta quinta-feira (2) e acumulando boas altas na Bolsa de Chicago e já antecipando o feriado de 4 de Julho nos Estados Unidos, quando se comemora o Dia da Independência. Assim, os preços, como acredita o analista de mercado Flávio França Junior, da França Junior Consultoria, encerram a semana com uma nova realidade consolidada - pelo menos por hora. A posição julho/15 subiu 4,29% nos últimos dias - em US$ 10,45 por bushel - enquanto o novembro/15, referência para a safra americana, avançou 5,10% e ficou com US$ 10,30 por bushel.
As cotações registraram o impulso mais significativa na terça-feira (30), quando o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seus dois boletins mais aguardados de junho e mostraram os estoques trimestrais em 1º de junho e a área de plantio da soja na safra 2015/16 dos Estados Unidos abaixo das expectativas do mercado.
"A área veio tímida no contexto da projeção do departamento, surpreendendo a maioria dos levantamentos privados que vínhamos acompanhando (...) Mas, a maior importante informação que me mostra que o mercado realmente mudou de patamar foi o relatório de estoques, que mostrou uma demanda, no último trimestre, bem superior do que se esperava. Eles irão encerrar esse ano comercial, provavelmente, tendo que fazer novos ajustes (dos estoques) nos próximos boletins. Esse é o ponto que me parece ser a base de mudança do patamar de preços", explica França. "Certamente, aquela hipótese dos US$ 9,00 que o mercado estava batendo há alguma semanas, parece estar definitivamente afastada, combinando esse consumo superior com essa complicação de clima", completa.
Clima nos EUA
Paralelamente, seguem as atenções voltadas para o comportamento do clima no Meio-Oeste americano e as chuvas continuam chegando à importantes regiões produtoras. E para analistas e consultores. De acordo com informações da Somar Meteorologia, as precipitações seguem sobre essa região dos EUA pelo menos ainda durante essa primeira quinzena de julho, ainda comprometendo o bom desenvolvimento da safra americana, seja de soja ou milho.
"Para os EUA, há chuvas para todas as regiões da metade leste do país. Frentes frias estão provocando chuvas regulares nessas áreas e já é possível fala que todas as regiões produtoras terão chuvas em localidades alternadas, o que vai manter o solo bastante úmido. E mesmo nos dias em que não houver chuvas, o tempo ficará nublado e esse tempo impossibilita uma secagem dessas áreas alagadas, devido à uma baixa taxa de evapotranspiração, o que pode resultar em uma baixa do potencial produtivo", explica Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar.
E mesmo que haja uma melhora significativa das condições climáticas no Corn Belt na segunda quinzena de julho, as quebras que já foram registradas, ainda segundo Santos, são irreversíveis, principalmente em função da estreita janela para os trabalhos de campo com a qual contam os produtores americanos.
O mapa divulgado, nesta quinta-feira, pelo NOAA - o departamento oficial de clima do governo americano - mostra que, nos próximos sete dias, as chuvas continuam até o dia 8 de julho de forma intensa, com volumes acima de 30 mm para estados importantes do Meio-Oeste na produção de grãos.
Chuvas 7 dias - EUA - Fonte: NOAA
Fundos de Investimentos
Esse novo ambiente que conta com fundamentos momentâneamente positivos fortalece, ainda de acordo com o analista da França Junior Consultoria, a presença dos fundos de investimento na ponta compradora do mercado, fator que acaba sendo mais um suporte para os mais recentes níveis de preços.
"Essa presença dos fundos traz consistência para os novos patamares (...) Combinada essa sólida demanda no complexo grãos com essa problemática de clima, essa mudança de patamar é, momentaneamente, definitiva, ou seja, não volta mais para os US$ 9,00 (...) Nestas últimas semanas, os fundos estavam bem ausentes na ponta compradora de soja, com menos de 10% de presença nas posições em aberta, e essa presença aumentou agora com esse novo ambiente e os fundos perceberam que os preços estavam muito baixos", explica.
Mercado Interno
Nesta quinta-feira, o dólar fechou com sua maior baixa desde abril frente ao real e isso limitou o potencial dos preços da soja no Brasil. A moeda norte-americana fechou a R$ 3,0960, recuando 1,56% nesta sessão.
Assim, a soja disponível encerrou os negócios, no porto de Rio Grande, com R$ 73,60 por saca e queda de 0,545, enquanto a oleaginosa da safra nova perdeu 1,18% para terminar em R$ 75,50. Ao longo dessa semana, essa última referência chegou a superar os R$ 76,00/saca. Em Paranaguá, a soja futura terminou o dia estável em R$ 73,50.
No interior, as oscilações nesta quinta-feira foram pouco expressivas e não apresentaram uma direção bem definida. Ao mesmo tempo em que Ubiratã e Londrina, no Paraná, subiram 0,83% para R$ 60,50 por saca, em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, registrou uma perda de 5,17% para R$ 55,00.
Milho
A semana foi bastante positiva aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity acumularam ganhos entre 8,25% e 9,40%. Devido à antecipação do feriado Dia da Independência, comemorado no dia 4 de julho, as bolsas não irão operar nesta sexta-feira (3). Os negócios serão retomados na próxima segunda-feira (6).
Nesta quinta-feira (2), os futuros do cereal exibiram ganhos entre 5,00 e 6,00 pontos. Ao longo do pregão, as cotações do milho reverteram as perdas e fecharam o dia em campo positivo. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 4,19 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 4,12 por bushel.
Segundo dados reportados pelo site internacional Farm Futures, os campos encharcados e a revisão para baixo nas condições das lavouras do cereal em boas ou excelentes condições permanecem a dar sustentação aos preços da commodity. E, por enquanto, não há mudanças significativas no padrão climático para o Meio-Oeste dos EUA. De acordo com informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - ainda há previsão de precipitações no Corn Belt até o dia 8 de julho.
Chuvas 7 dias - EUA - Fonte: NOAA
Porém, o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, destaca que, pelo menos a primeira quinzena de julho ainda deverá ser de chuvas para o Meio-Oeste. "As chuvas continuam nos EUA e ainda não sabemos quais as dimensões das áreas alagadas, alguns falam em 350 até 400 mil hectares, entre o Meio-Oeste e as regiões no Nordeste e Sul do país. E todas as regiões irão receber chuvas na primeira quinzena de julho, isso irá manter os solos úmidos e o tempo nublado, impossibilitará a secagem das áreas e isso irá refletir na perda de potencial produtivo das plantas", afirma.
E, no caso do milho, o mês de julho e início de agosto é de extrema importância para o desenvolvimento das lavouras do grão. "Em julho entramos na fase de florescimento, enchimento de grãos e a planta já está com déficit de desenvolvimento ao longo do ciclo vegetativo. E apesar de ter uma pequena melhora, com precipitações menos intensas entre a 2ª quinzena de julho e início de agosto, as condições não serão tão favoráveis ao enchimento de grãos", ressalta Santos.
Em recente visita aos EUA, o produtor brasileiro da região de Tangará da Serra (MT), Ricardo Rotilli, sinaliza que há muitas lavouras em estado crítico, principalmente nos estados de Illinois, Indiana e Missouri. "Mas são situações pontuais, em áreas mais baixas, próximas de rios. Entretanto, já podemos constatar danos na cultura do milho, com perdas entre 10% a 20% nessas áreas", disse o produtor.
Nas últimas semanas, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu o índice de lavouras em boas ou excelentes condições de 73% para 68%. Os números serão atualizados na próxima segunda-feira (6). Além disso, outro fator que impulsionou os preços do cereal ao longo dos últimos dias foi os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O órgão indicou a área semeada com o milho nesta safra em 35,89 milhões de hectares, uma queda de 2% em relação à safra passada e abaixo das perspectivas do mercado de 36,072 milhões de hectares. Já os estoques trimestrais ficaram em 112,928 milhões de toneladas, até 1º de junho. Os investidores apostavam em um número de 115,748 milhões de toneladas.
Exportações semanais
As vendas para exportação ficaram em 594,4 mil toneladas referentes à safra 2014/15 até a semana encerrada no dia 25 de junho. Da safra nova, as vendas totalizaram 238,9 mil toneladas de milho. As informações foram reportadas pelo departamento norte-americano. No total acumulado da temporada, as vendas somam 45.674,5 milhões de toneladas, contra as 46.360,0 milhões de toneladas projetadas pelo órgão.
Mercado interno
A quinta-feira foi de estabilidade aos preços da saca do milho praticados no Porto de Paranaguá. A saca ficou estável em R$ 30,00, para entrega em outubro/15. Em Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, as cotações subiram 1,00%, para R$ 20,20 a saca. Na contramão desse cenário, as cotações recuaram em São Gabriel do Oeste (MS), queda de 1,13%, com a saca a R$ 17,50.
Apesar dos ganhos no mercado internacional, o câmbio fechou o dia em queda de 1,56%, cotado a R$ 3,09 na venda. Conforme dados da agência Reuters, o dólar acompanhou o movimento negativo de outros mercados de câmbio frente aos dados mais fracos esperados sobre o mercado de trabalhos norte-americano.
Para o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França, os preços no mercado internacional já mudaram de patamar, no entanto, os ganhos ainda não foram repassados ao mercado brasileiro. "Existe uma pressão doméstica frente ao avanço da colheita da segunda safra de milho, o que impede que haja um repasse momentaneamente. Porém, essa paridade melhor com Chicago pode abrir uma janela para as exportações brasileiras e precisamos enxugar o excedente no mercado interno", orienta.
As exportações brasileiras de milho fecharam o mês de junho com o volume embarcado de 136,8 mil toneladas do grão, com média diária de 6,5 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume representa uma alta de 235,6%. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, o ganho é de 48,7%.
Fonte: Notícias Agrícolas
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