Após alta na véspera, dólar cai 1% ante o real acompanhando exterior
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, acompanhando outros mercados de câmbio e a trégua no avanço dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos, cuja escalada nas últimas semanas vem alimentando expectativas de menor fluxo para mercados emergentes.
A moeda norte-americana caiu 1,08 por cento, a 3,0195 reais na venda, após atingir 3,0788 reais na máxima e 3,0125 reais na mínima do dia. Na segunda-feira, a divisa subiu 2,31 por cento, atraindo vendedores nesta sessão.
Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,2 bilhão de dólares.
"O dia começou mais negativo, mas houve um alívio global à tarde. O real acabou acompanhando e foi beneficiado pelo fato de que o movimento de ontem foi muito expressivo", resumiu o superintendente de câmbio de uma gestora de recursos nacional, que pediu para não ser identificado.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e da Alemanha têm recuado com força nas últimas semanas, movimento que pode atrair para essas economias recursos aplicados em economias emergentes.
Nesta manhã, o rendimento do papel norte-americano de 10 anos chegou a subir a 2,366 por cento, máxima em seis meses, mas reduziu os ganhos e passou a cair durante a tarde.
Operadores consultados pela Reuters têm afirmado que o dólar tende a se estabilizar nas próximas semanas por volta do patamar atual, pouco acima de 3 reais.
De um lado, a menor intervenção do Banco Central --que deve rolar apenas parcialmente os swaps cambiais que vencem em junho-- tende a limitar o espaço para baixas. Do outro, investidores vêm apostando que o Federal Reserve deve elevar os juros norte-americanos apenas no segundo semestre, o que traz algum alívio para o mercado interno.
Nesta manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de swaps para rolagem dos contratos que vencem em junho. O BC já rolou o equivalente a 2,756 bilhões de dólares, ou cerca de 29 por cento do lote total, que corresponde a 9,656 bilhões de dólares.
"A volatilidade ainda está alta, mas parece que esse nível é mais ou menos equilibrado", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.
Na cena externa, preocupações com o aperto de liquidez pelo qual passa a Grécia sustentavam o clima de apreensão, mesmo após o país anunciar que pagou a parcela de 750 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que venceu nesta terça-feira. No entanto, a ausência de progresso claro nas negociações deixava os mercados preocupados com a possibilidade de Atenas eventualmente esgotar seus recursos e declarar default.
Fonte: Reuters
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