Produtor rural retoma confiança
A segunda rodada de 2015 do Índice de Confiança do Produtor Rural (ICP Rural), elaborado pelo AgroFEA e divulgado na semana passada, mostra os agricultores brasileiros menos inseguros com a safra e com seu próprio negócio.
Embora ainda esteja abaixo da linha do otimismo (100 pontos), o índice geral apresentou alta de 26% em comparação a janeiro de 2015, atingindo os 86,15 pontos. O Índice de Confiança do Produtor de Soja (ICP Soja) também apresentou recuperação. A alta foi de 18% com relação à rodada anterior, alcançando 85,3 pontos. Mesmo com altas expressivas, os resultados do ICP Rural e do ICP Soja são os piores dos últimos três anos para um mês de abril.
Na 34ª rodada do índice (abril de 2015), o indicador mais bem avaliado é o que se refere ao preço. Com alta de 29%, atingiu 98,99 pontos, aproximando-se do nível de otimismo. "Esse crescimento é fruto das negociações que foram realizadas quando o câmbio estava bastante valorizado. Com os preços em dólar menores, o câmbio favoreceu a rentabilidade dos agricultores brasileiros", afirma o professor da FEA-RP e coordenador do AgroFEA Ribeirão Roberto Fava Scare. O subíndice que mostrou maior aumento foi o das Condições Atuais, que saiu de 65,27 pontos para 96,62 pontos, um aumento de 48%.
Recuperação
"Não vivemos um momento de otimismo, mas a confiança do agricultor está se recuperando neste início de ano agrícola", analisa Fava Scare. Segundo o pesquisador, as geadas que causaram importantes perdas no Paraná e as expectativas com o impacto da variação cambial no custo dos insumos foram alguns dos fatores responsáveis pelo índice não atingir o nível de otimismo (100 pontos).
O Índice de Confiança do Produtor de Soja também mostra recuperação da confiança no início da safra, com alta de 18% no resultado final do indicador. Dois dos quatro subíndices mostraram recuperação significativa. A expectativa com relação ao Preço subiu 82%, enquanto a confiança nas Condições Atuais subiu 44%, atingindo 95,18 pontos e superando o valor obtido em abril de 2014. Com relação ao preço, a depreciação do real, que há mais de 10 anos não chegava aos R$ 3 por dólar, fez com que muitos agricultores fechassem bons contratos de venda nesse período.
Já os subíndices que medem intenção de investimentos em Equipamentos e em Insumos apresentaram queda de 9% e 13%, respectivamente. O resultado é reflexo a alta do câmbio. No caso da produção de soja, o custo do potássio, muito utilizado na cultura da oleaginosa, foi um dos responsáveis pela redução na expectativa.
Os dois índices, elaborados pelo AgroFEA - Programa de Pesquisa em Agronegócio da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, tem como intuito aprofundar o conhecimento sobre a tomada de decisão do produtor rural.
Os indicadores tem apoio da Universidade de São Paulo (USP) por meio do programa "Aprender com Cultura e Extensão".
Fonte: DCI
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