Milho: Diante das boas perspectivas para a safra dos EUA, mercado fecha sessão desta 5ª feira em queda
Na sessão desta quinta-feira (7), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) enceraram o pregão em campo negativo. Os vencimentos da commodity exibiram perdas entre 5,25 e 8,75 pontos. O contrato maio/15 era cotado a US$ 3,57 por bushel, após ter encerrado a sessão anterior a US$ 3,66 por bushel.
As expectativas positivas para a safra norte-americana na temporada 2015/16 permanecem como principal fator de pressão sobre os preços futuros da commodity, conforme destaca a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi. "Os investidores têm acompanhado o bom andamento da produção dos EUA. E as chuvas previstas para o final dessa semana deverão favorecer o desenvolvimento das lavouras", afirma.
Na visão do economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, as precipitações previstas para grandes extensões do Meio-Oeste deverão contribuir para a germinação das plantas. "No milho, tivemos um progresso impressionante na semeadura, de 19% para 55% em uma semana, e as chuvas vão ajudar as lavouras. Em contrapartida, o cenário também pode comprometer o andamento dos trabalhos nos campos", explica o economista.
Outro fator que também contribuiu para a formação pesou sobre o mercado do cereal, segundo informou o site Farm Futures. Na contramão desse cenário, as vendas para exportação de milho da safra 2014/15 ficaram acima das expectativas do mercado. Segundo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até a semana encerrada no dia 30 de abril, as vendas da safra velha ficaram em 841,8 mil toneladas do grão, contra a aposta do mercado, de 680 mil toneladas.
O percentual também ficou 1% acima do indicado na semana anterior, de 832,5 mil toneladas. O principal comprador do produto norte-americano foi Taiwan, com a aquisição de 277,9 mil toneladas de milho.
Por outro lado, as vendas da safra nova recuaram e totalizaram 55,4 mil toneladas no mesmo período. O último número indicado pelo departamento era de 113,3 mil toneladas. No total, acumulado no ano comercial, o volume negociado chega a 41.158,6 milhões de toneladas, contra 45.720,0 milhões de toneladas estimadas pelo USDA.
Ainda para o economista, o relatório de oferta e demanda, que será divulgado na próxima terça-feira (12) pelo USDA, deverá ser acompanhado pelos produtores, uma vez que apresentará as primeiras projeções da safra 2015/16 nos EUA e no mundo. Já a analista da FCStone ressalta que, será preciso acompanhar a demanda para entender o direcionamento dos preços no mercado internacional.
Mercado interno
Os preços da saca do milho, para entrega em outubro/15, recuaram 1,75% no Porto de Paranaguá. A saca do cereal encerrou o dia a R$ 28,00, depois de ter encerrado a quarta-feira a R$ 28,50. A queda é reflexo da desvalorização observada no câmbio, que chegou a R$ 3,02, com perda de 0,66% e também a queda registrada nas cotações no mercado internacional.
Em Campo Novo do Parecis (MT), as cotações também caíram, cerca de 2,86%, com a saca do grão negociada a R$ 17,00. Nas demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, o dia foi de estabilidade nos preços do cereal.
Ana Luiza ainda ressalta que, as boas perspectivas para a segunda safra também têm sido um fator de pressão no mercado interno. E os compradores observando esse cenário acabam ficando em uma posição mais confortável. "As previsões indicam um maior volume de chuvas no inverno e temperaturas um pouco mais altas, diminuindo o risco com geadas, o que contribui para as lavouras do cereal", acredita Ana Luiza.
Consequentemente, a perspectiva da FCStone é que sejam colhidas 78,04 milhões de toneladas de milho na safra 2014/15. Do total, 49 milhões de toneladas correspondem à segunda safra, que apesar de ter sido cultivada fora da janela ideal em algumas localidades, as condições climáticas têm sido favoráveis.
Paralelamente, os estoques de milho elevados também ajudam na composição do cenário. "Diante do aumento da produção de milho, os estoques finais devem ficar em níveis bastante elevados, alcançando 16,22 milhões de toneladas, com uma relação estoque/uso de 21,2%. Contudo, se as exportações brasileiras forem favoráveis, os preços poderão reagir. Mas, no momento, a perspectiva de oferta é muito alta, o que acaba pressionando as cotações do cereal", finaliza a analista.
Fonte: Notícias Agrícolas
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