Milho: Mercado foca melhora no clima nos EUA e fecha em queda pela 4ª sessão consecutiva
Em uma sessão volátil, os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) chegaram a operar em campo positivo ao longo desta quinta-feira (23), porém, o movimento não foi sustentado e as cotações da commodity fecharam o dia com desvalorizações entre 1,75 e 3,25 pontos. O contrato maio/15 terminou o pregão a US$ 3,70 por bushel, mas tocou o patamar de US$ 3,77 por bushel durante os negócios. Essa foi a quarta sessão consecutiva de quedas aos futuros do cereal.
Segundo informações das agências internacionais, a melhora no clima nos Estados Unidos, o que deverá possibilitar o avanço no plantio do milho, juntamente com a ampla oferta mundial de grãos pesou sobre as cotações nesta quinta-feira. O Serviço Nacional de Meteorologia apontou que o clima deverá permanecer mais seco no Meio-Oeste do país nos próximos 6 a 10 dias. A previsão de longo prazo também mostrou um padrão climático semelhante e com duração até a primeira semana de maio, conforme reporte do site Farm Futures.
Consequentemente, os dados anularam os ganhos registrados nos preços da commodity no mercado internacional. Durante boa parte do dia, as cotações foram impulsionadas pelos números das vendas para exportação, reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) hoje. As vendas da safra velha ficaram em 867,9 mil toneladas de milho, até o dia 16 de abril. O número ficou acima das expectativas do mercado, de 550 mil toneladas do grão.
Em comparação com a semana anterior, na qual, foram exportadas 588,2 mil toneladas do milho, o percentual representa uma alta de 48%. Já em relação à média das últimas quatro semanas, a elevação é de 68%. No boletim, o departamento norte-americano destacou o Japão como principal comprador do milho do país, com a compra de 336 mil toneladas.
Até o momento, as vendas da safra 2014/15 totalizam 39.484,2 milhões de toneladas de milho, um volume abaixo do observado no mesmo período de 2014, com 43,07 milhões de toneladas. Para essa safra, a expectativa é que sejam embarcadas 45,72 milhões de toneladas do grão. Já da safra 2015/16, os números vieram em 6,2 mil toneladas, frente as 28,5 mil toneladas indicadas na semana passada.
"A situação da gripe aviária nos EUA ainda deve pairar sobre o mercado nos próximos dias. Por outro lado, as informações de incremento nas exportações de milho da Argentina, em mais 3,5 milhões de toneladas, também foram negativas aos preços do milho em Chicago", explicou o analista de mercado da Farm Futures, Bob Burgdorfer.
Safra global
Ainda hoje, o IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês) revisou para cima, em 10 milhões de toneladas, a safra global de milho da temporada 2015/16. No total, a produção do cereal deverá somar 951 milhões de toneladas, ainda assim, abaixo do observado no ciclo anterior, de 994 milhões de toneladas do grão.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, a saca do milho, para entrega em outubro, encerrou o dia a R$ 28,50, contra R$ 28,00 do dia anterior. O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, explica que, nesse momento, o mercado do cereal passa por um momento de calmaria.
"Recentemente, tínhamos o câmbio a R$ 3,28, o que dava condições de vender o produto a R$ 32,00 a saca nos portos. Hoje, temos valores entre R$ 27,00 a R$ 28,50 a saca e, com isso, os negócios estão parados. Porém, no segundo semestre, a perspectiva é que a demanda melhore e também já vendemos muito milho para exportação", afirma o consultor.
Em contrapartida, Brandalizze também destaca os números dos estoques de milho no país. "Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) temos um estoque real ao redor de 1,6 milhão de toneladas e as grandes empresas trabalham com estoques da mão-pra-boca, sem grandes volumes. Nesse momento, os produtores preferem vender o milho, mesmo com preço mais baixo e segurar a soja", finaliza.
Fonte: Notícias Agrícolas
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