Dólar fecha abaixo de R$3 pela 1º vez desde março
O dólar caiu quase 1 por cento nesta quinta-feira e fechou abaixo de 3 reais pela primeira vez desde o início de março, com os investidores testando um novo piso para a moeda norte-americana.
O movimento foi amparado pela queda do dólar no mercado internacional, que recuava cerca de 0,7 por cento ante uma cesta de moedas.
A dólar recuou 0,89 por cento, a 2,9816 reais na venda, na menor cotação de fechamento desde 4 de março, quando encerrou a 2,9807 reais. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,3 bilhão de dólares.
"O efeito psicológico dos 3 reais acabou sendo rompido com o dólar aqui acompanhando o exterior", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Durante a maior parte da manhã, a moeda norte-americana foi negociada em alta, reagindo aos dados divulgados na véspera da Petrobras. Na máxima da sessão, chegou a subir 0,89 por cento, a 3,0352 reais.
Na noite de quarta-feira, a petroleira estatal divulgou o balanço auditado de 2014, mostrando prejuízo de 21,6 bilhões de reais, afetado por perdas de 6,2 bilhões de reais por corrupção e queda em mais de 44 bilhões de reais no valor de seus ativos.
Analistas destacaram negativamente dados relacionados ao endividamento da estatal e perspectivas quanto ao fluxo de caixa, bem como o anúncio de não pagamento de dividendos, embora tenham considerado que a divulgação dos resultados auditados traz um "alívio".
Além do balanço da Petrobras, o mercado também foi guiado pela briga para romper a barreira técnica dos 3 reais.
"Foi operação em cima de suporte. Rompido esse patamar (de 3 reais), o mercado vai buscar novo patamar mais baixo", disse o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.
"O mercado pode tentar buscar o novo piso, de cerca de 2,95 reais, mas acho que não se sustenta", disse Petrassi, acrescentando que os fundamentos da economia brasileira permanecem ruins, o que não condiz com um dólar mais barato.
Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a 10,115 bilhões de dólares. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 76 por cento do lote total.
Fonte: Reuters
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