Infraestrutura do Brasil precisa de US$ 140 bilhões
Os investimentos em Infraestrutura no Brasil apresentam uma lacuna de US$ 140 bilhões, segundo um relatório divulgado ontem pela agência de classificação de risco Moody´s. A agência compara o Brasil e o México e avalia que, embora ambos tenham registrado elevações e recuos semelhantes no investimento em Infraestrutura desde o início da década de 1970, os dois países apresentam pontos fracos em diferentes setores.Enquanto no Brasil a maior deficiência de investimentos ocorre no setor de transportes, no México o ponto fraco está na capacidade de produção de energia, afirma a Moody´s no relatório intitulado Brasil e México: lacunas no investimento em Infraestrutura diferem entre os setores.
O documento da agência de classificação de risco aponta ainda que a lacuna de investimentos do Brasil em Infraestrutura é maior do que a verificada no México em percentual do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzido no país).
A Moody´a estima que, no caso brasileiro, a defasagem fique em 6,4 pontos percentuais do PIB, ou US$ 140 bilhões, enquanto para o México a lacuna estimada é de 4,7 pontos percentuais do PIB, o equivalente a US$ 62 bilhões.
Durante os últimos 41 anos (entre 1971 e 2012), o investimento total do Brasil em Infraestrutura foi, em média, de 3,4% do PIB do país, diz o relatório. De acordo com estimativas da Moody´s, apenas em 2012 o investimento total no segmento ficou em cerca de US$ 52 bilhões.
Mas todas as estimativas mostram uma queda significativa no estoque de Infraestrutura em relação ao PIB no Brasil desde o pico nas décadas de 1980/1990, de cerca de 25 a 35 pontos porcentuais , afirma no documento Lúcio Vinhas da Souza, economista-chefe e diretor da Moody´s.
Os aportes mexicanos na Infraestrutura ficaram, em média, em 1,8% no período de 1971 a 2012, com investimento estimado em cerca de US$ 22 bilhões em 2012.
Iniciativa privada não compensa
A queda no investimento dos governos brasileiro e mexicano em Infraestrutura, diz a agência, não foi compensada pelo aumento de injeção de capital privado no setor.
Tanto no caso do Brasil quanto no do México, as lacunas de investimento provavelmente se devem mais ao ambiente regulatório do país, pondera o documento da agência.
As lacunas de investimento em Infraestrutura não refletem tendências sistêmicas nem no Brasil nem no México, pondera a Moody´s. A agência diz ainda que os gargalos são específicos e em diferentes setores em cada um dos países.
A Moody´s observa, por exemplo, que não há lacunas aparentes no setor de telecomunicações em ambos os países. No Brasil, o total de investimentos em Infraestrutura de telecomunicações dobrou de valor entre os anos de 1990 e 2012, ultrapassando 10% do PIB no ano passado.
O Globo
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