Sistema de Integração Lavoura e Pecuária é destaque em MS
Com o objetivo de apresentar a recuperação de áreas degradadas, diversificação de renda, aumento da produtividade e profissionalização da gestão, foi realizado no último domingo (06), na Fazenda São Mateus, em Selvíria, o 6º Dia de Campo. A ação foi organizada pelo Sindicato Rural de Três Lagoas.
Juntamente com a Embrapa Agropecuária Oeste e a Embrapa Gado de Corte, o Sistema de Integração Lavoura e Pecuária (ILP) foi apresentado com destaque para o processo de rotação de cultura de pastagem e soja, que é bem sucedido mesmo em áreas de solos arenosos.
A abertura do 6º Dia de Campo foi feita pelo Presidente do Sindicato Rural, Pascoal Secco, que destacou a importância do evento. “Essa ação oferece suporte para os produtores e pecuaristas. É o momento de aprendermos o que deu certo e tentarmos juntos pensar em soluções e valorização da classe”, ressalta.
“Olhando os números percebemos os esforços enfrentados e a capacidade do produtor. A Fazenda São Matheus adotou essa tecnologia para fazer a diferença. A afirmação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), Eduardo Riedel.
Para os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Júlio César Salton e Ademir Zimmer, a busca pela sustentabilidade é peça de destaque. "Os resultados obtidos com o uso do Sistema São Mateus são positivos. Um incentivo para que os produtores implantem esse sistema é a melhoria do solo da região. O número de produtores que utilizam essa tecnologia está aumentando", comemora Salton.
Zimmer também está satisfeito com os resultados obtidos. Por meio da avaliação de desempenho, os animais apresentaram ganhos de peso e boas condições das pastagens recuperadas com a cultura da soja.
Pesquisa e tecnologia
Um ônibus levou os participantes para dois pontos estratégicos da fazenda, onde puderam sanar dúvidas. Na primeira parada, Mateus Arantes, proprietário da Fazenda São Mateus, apresentou números, história da propriedade e também o que foi feito para alcançar sucesso nas ações desenvolvidas. Na segunda parada, os pesquisadores da Embrapa explicaram sobre os processos das pesquisas desenvolvidas.
Arantes, que há seis anos apoia as pesquisas e utiliza o sistema em sua propriedade, se diz contente com os resultados obtidos até o momento. "Precisamos mudar a forma de fazer agricultura em regiões de terras baixas, de pouca fertilidade e chuva. A utilização de sistemas integrados, como a ILP, nesta região tem se mostrado uma excelente alternativa para o produtor. Entretanto, é preciso mudar a forma de pensar do pecuarista, que também passa a ser um agricultor. Isso implica em capacitação, investimentos e mudanças na rotina da fazenda tradicional", argumenta.
A tecnologia foi outro ponto abordado por Arantes. Segundo ele, esse processo iniciou no ano de 2003 e teve momentos de alternância. "Em 2005 pensei em desistir, mas mesmo assim, tentamos. Em 2011 iniciamos com o milho safrinha. Nesses anos também plantamos soja. Já em 2012 começamos a estabelecer processos dentro da fazenda e virou uma administração compartilhada. Hoje, precisamos pensar muito na tecnologia, pois conseguimos aplicá-la no plantio direto em pastagem, no nelore P.O, na utilização do sistema DeltaGen, no desenvolvimento de uma agricultura de precisão, no ultrassom de carcaça e carne e também na administração profissional”.
Arantes aproveitou o evento e repassou algumas dicas fundamentais para todos que pretendem aprender com esse modelo. “Sabemos que a pecuária sempre foi muito baixa, o que fez muitos pecuaristas arrendarem suas fazendas. Você primeiramente precisa saber se quer ser produtor rural ou dono de terra. Se não souber, fica difícil saber aonde chegar. Juntamente com minha família, precisei aprender isso para que o processo desse certo”.
Ações práticas
Para conseguir sucesso na fazenda, processos como a recuperação de áreas degradadas, voltados para a química e física, foram feitos, assim como um sistema de rotação de cultura ideal, bovinos a pasto sem ração, dimensionamento de máquinas, assistência técnica, pesquisa, associativismo e também treinamento de pessoal.
“Com tudo isso funcionando corretamente conseguimos colher 94 sacos de milho safrinha e 43 de soja na safra 2011/2012, Hoje temos mil hectares de área útil na fazenda com solo de 9% a 70% de argila. O plantio direto de soja representa 650 hectares. Temos 1,7 mil cabeças de animais de cria, recria e engorda”, conclui Arantes.
Para conseguir pastagens produtivas e elevadas, juntamente com tudo o que foi feito por Arantes, os pesquisadores da Embrapa seugerem: “Hoje temos diversos números que mostram a evolução. Não realizamos mais o plantio convencional. No sistema de plantio com integração, conseguimos em 2013/2014, 1,9 mil quilos. Já no plantio direto, 1,3 mil quilos. Precisamos recuperar pastagens e depois cultivar”, ressaltou.
O Dia de Campo recebeu público de diversas cidades de Mato Grosso do Sul e outros Estados. Jeff Coelho e Sérgio Brantis vieram de Goiás para aprender mais sobre o sistema. Para eles, foi um evento bem proveitoso. “Buscamos esse modelo que deu certo juntamente com a tecnologia utilizada. Pretendemos implantar em nossa região, conclui Coelho.
Participaram do evento o presidente, o diretor-secretário e o diretor-tesoureiro do Sistema Famasul, Eduardo Riedel, Ruy Fachini e Almir Dalpasquale, respectivamente; o presidente da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS), Maurício Saito; o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS (Senar/MS), Rogério Beretta; os agrônomos da Embrapa, Ademir Hugo Zimmer e Júlio César Salton e também o professor e pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Édson Lazarini.
O evento foi realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte e Fazenda São Mateus e contou com apoio do Sindicato Rural de Três Lagoas, Sistema Famasul, Insaltec, Fertipar, Soesp, Seiva/John Deere, Designer Genes Technologies (DGT), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) e Fundo de Desenvolvimento das Culturas do Milho e da Soja de Mato Grosso do Sul (Fundems).
Assessoria de Imprensa do Sindicato Rural de Três Lagoas
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