Nos EUA, lagarta da raiz do milho desenvolve resistência e preocupa
A larva da lagarta da raiz do milho, uma praga comum nas regiões produtoras dos Estados Unidos, está desenvolvendo resistência a organismos geneticamente modificados que teriam de destruí-la. De acordo com uma nova pesquisa da Universidade Estadual de Iowa, a larva vem apresentando resistência a toxinas presentes em sementes de milho comercializadas nos EUA pela Syngenta desde 2007.
O estudo, publicado no mês passado, amplia uma pesquisa anterior que mostrava resistência da praga a uma variedade de milho bastante cultivada desenvolvida pela Monsanto.
Esses insetos mais resistentes representam um problema para agricultores, que recorrem às sementes transgênicas para afastar pragas e economizar em defensivos. O estudo também coloca em evidência os desafios enfrentados pelas companhias de biotecnologia, que gastam bilhões de dólares no desenvolvimento de sementes que ainda podem se tornar vulneráveis a pragas.
– Esses dados servem como um alerta para mostrar o potencial de vulnerabilidade – diz o autor do estudo, o entomologista Aaron Gassmann.
Segundo ele, ainda é cedo para determinar a extensão do problema. Já de acordo com a Syngenta, é difícil calcular o quão forte é a resistência nas raízes de milho, uma vez que não há consenso entre o governo, cientistas e as companhias.
– No entanto, está cada vez mais claro que há um crescimento dos danos inesperados às lavouras de milho, o que é uma preocupação para todo mundo – afirma Chuck Lee, chefe para os negócios de milho da Syngenta na América do Norte.
A empresa estima que o problema ocorreu em apenas 0,2% da área plantada com variedades de milho geneticamente modificado. Esses locais foram cultivados com milho safra após safra, uma tática que impede as pragas de ganharem ainda mais resistência.
– O caso deve ser considerado um desafio a ser gerenciado, não um problema sem solução – diz Lee.
As primeiras sementes de milho geneticamente modificado, que matam pragas mas são inofensivas a mamíferos e aves, foram introduzidas nos Estados Unidos há 10 anos. Em 2013, 76% da área plantada foi preenchida com essas variedades, de acordo com projeções do governo.
Estadão Conteúdo
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