Novas variedades de soja convencional apresentam produtividade acima de 80 sacas por hectare
O mercado de soja convencional passa a movimentar-se mais com as novas variedades do grão que podem oferecer produtividades acima das 80 sacas por hectare, além de um bônus pago pelos compradores, que passa dos 10%. Durante o segundo dia da feira Copercampos – que está sendo realizada pela Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos (SC), em Santa Catarina – os produtores conheceram as variedades que melhor se adaptam à região.
Atrás de sementes que não tenham nenhuma modificação genética, alguns mercados estão estimulando os produtores a investirem na soja convencional. No Brasil, o cultivo desse tipo de semente ocupa 10% da área com a cultura. O principal mercado comprador é a Europa, que paga um bônus em torno de 10% a mais por cada saca. Em um hectare essa diferença pode chegar a R$ 500,00. Mas pra receber a bonificação, é preciso estar dentro de normas específicas de manejo e transporte.
Segundo o diretor executivo da Copercampos, Clebi Renato Dias, algumas normas devem ser seguidas, desde o plantio, com rastreabilidade e com transporte individual, ou seja, os grãos convencionais devem ficar longe dos transgênicos.
Cada região pede uma variedade específica, que se adapta de acordo com as condições climáticas e de solo. Com relação à produtividade, algumas convencionais já apresentam até 84 sacas por hectares quando bem manejada e com condições climáticas favoráveis.
O custo de produção pode oscilar, de acordo com a variedade convencional. A soja transgênica resistente ao herbicida glifosato e às lagartas, por exemplo, chega a custar cerca de R$ 115,00 a mais por hectare em comparação com a semente não modificada geneticamente.
O produtor Luiz Bortoli mantém cerca de 100 hectares com a variedade convencional e 300 com a transgênica. Ele afirma que com relação à produtividade, a convencional sai na frente, com cerca de 65 sacas por hectare, enquanto a transgênica fica na média das 55 sacas por hectare. Outra vantagem, segundo o agricultor, tem sido o custo de produção.
– Está compensando bastante ter a convencional, pois gasto menos com herbicidas e ganho o bônus – afirma.
Na 19ª edição da Copercampos, a Embrapa apresentou pelo menos três variedades da soja convencional que podem ser usadas pelos produtores. Uma delas foi plantada há 110 dias e, mesmo sem a utilização de irrigação, apresenta bom desenvolvimento e ao que tudo indica a produtividade deve ser muito boa.
Canal Rural
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