Tecnologia permite expansão da agricultura em MS
O desenvolvimento de estudos e a utilização de novas ferramentas tecnológicas permitiram que os agricultores de Mato Grosso do Sul expandisse a área dedicada ao cultivo de grãos. De acordo com a Fundação MS, o raio de 100 quilômetros da cidade de Bonito, que atinge Jardim e Bela Vista, destaca-se com 57% de expansão na área dedicada ao plantio de soja nos últimos quatro anos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (7), durante o primeiro Giro de Integração Tecnológica, dia de campo promovido por produtores rurais, em Jardim.
Dados da Fundação MS apontam que a área dedicada à soja na região de Bonito passou de 30 mil hectares na safra 2009/2010 para 47 mil hectares no ciclo 2012/13. “Além dos municípios de Jardim, Bonito e Bela Vista, destaco o grande potencial de produção de Bandeirantes e Jaraguari, que com pesquisas podem se tornar referência na agricultura,” enfatiza o presidente da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS), Maurício Saito. De acordo com o presidente, são realizados estudos em parceria com a Fundação Chapadão para alavancar a produção também ao Leste do Estado.
Mato Grosso do Sul possui atualmente 2,2 milhões de hectares dedicados ao cultivo de grãos. Segundo o Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga), a área de aproximadamente 57 mil hectares que Bela Vista, Bonito e Jardim destinam à soja, representa 2,6% da área agricultável do Estado. “O potencial da região é maior do que os números atuais representam,” ressalta o presidente da Aprosoja/MS, Maurício Saito.
Produtor rural há 40 anos, Henrique Ceolin (78), investiu no potencial agrícola de Rio Brilhante (MS), onde estima a colheita de 45 sacas de soja por hectare nesta safra 2013/14. E após avaliar novas possibilidades de investimento, enxergou em Bela Vista (MS), divisa com o Paraguai, um solo promissor e lá estima colheita de 70 sacas por hectare. “Tinha receio pela baixa altitude e a alta quantidade de cálcio no solo, fatores que dificultam o cultivo de grãos. Mas esta terra tem potencialidade e hoje a considero extremamente rica”, enfatiza o agricultor, que pretende ampliar sua área de produção para a próxima safra.
Ceolin aponta a falta de mão-de-obra e a dificuldade com logística para escoamento dos grãos, como desafios para quem opta por produzir na região de Bela Vista e Jardim. “Temos poucas opções de trabalhadores qualificados para monitorar as lavouras e o creio que terei dificuldades para o transporte dos grãos devido a localização e os custos”, relata Ceolin.
Mesmo com a safra ainda por colher, com apoio de cooperativas, Ceolin já comercializou antecipadamente cerca de 40% da sua produção de grãos. De acordo com o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul (OCB/MS), no Estado, cerca de 13 mil produtores optam pela filiação às cooperativas como estratégia. “Uma cooperativa agrícola na região auxiliaria muito no desenvolvimento da região. Quando comercializo individualmente o retorno é positivo, mas dentro de uma cooperativa tenho outras vantagens como a garantia de um contrato antecipado e espaço para armazenamento,” salientou Ceolin, que além da comercialização, conta com o suporte na industrialização, assistência técnica, educacional e social que as cooperativas oferecem.
O presidente do Sindicato Rural de Bonito, Marcelo Bertoni, afirma que além de fortalecer o cooperativismo, busca investimento para construção de uma instituição de pesquisa, que estude variedades de soja que se adaptam ao solo da região. “Com ações conjuntas e uma instituição que pesquise as possibilidades de produção desta área, a agricultura se desenvolverá junto com a economia do Estado”, finaliza Bertoni.
Assessoria de Imprensa Sistema Famasul
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