Em janeiro, IBGE prevê safra 4,4% maior que a de 2014
A primeira estimativa de 2015 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) totalizou 201,3 milhões de toneladas, superior 4,4% à obtida em 2014 (192,8 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida é de 57,2 milhões de hectares, apresentou acréscimo de 1,6% frente à área colhida em 2014 (56,3 milhões de hectares). Arroz, milho e soja, os três principais produtos deste grupo, somados representaram 91,6% da estimativa da produção e responderam por 85,4% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 3,5% na área da soja e redução 1,3% na área de arroz e de 0,3 na área do milho. No que se refere à produção, houve acréscimos de 3,3% para o arroz, 10,5% para a soja e diminuição de 2,9% para o milho. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa.
Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 81,7 milhões de toneladas; Sul, 75,2 milhões de toneladas; Sudeste, 19,7 milhões de toneladas; Nordeste, 19,2 milhões de toneladas; e Norte, 5,5 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 0,2% na região Norte, de 23,0% na região Nordeste, de 9,7% na região Sudeste e de 6,3% na região Sul. A região Centro-Oeste apresentou diminuição de 1,5% em relação à produção do ano anterior. Nessa avaliação para 2015, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,1%, seguido pelo Paraná (18,2%) e Rio Grande do Sul (15,9%), que, somados, representaram 57,2% do total nacional previsto.
Estimativa de janeiro de 2015 em relação à produção obtida em 2014
Dentre os 26 principais produtos, 12 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (18,8%), arroz em casca (3,3%), aveia em grão (23,6%), batata-inglesa 1ª safra (1,2%), café em grão – arábica (0,8%), cevada em grão (23,1%), feijão em grão 1ª safra (15,2%), mamona em baga (141,0%), mandioca (3,9%), milho em grão 1ª safra (3,8%), soja em grão (10,5%) e trigo em grão (20,4%). Com variação negativa foram 14 produtos: algodão herbáceo em caroço (7,3%), amendoim em casca 2ª safra (11,2%), batata-inglesa 2ª safra (7,6%), batata-inglesa 3ª safra (19,4%), cacau em amêndoa (16,7%), café em grão – canephora (11,3%), cana-de-açúcar (1,4%), cebola (8,2%), feijão em grão 2ª safra (0,9%), feijão em grão 3ª safra (3,6%), laranja (1,1%), milho em grão 2ª safra (7,1%), sorgo em grão (7,4%) e triticale em grão (10,5%).
O incremento de produção mais significativo, em números absolutos, superando a 1,0 milhão de toneladas, na comparação com a safra 2014, ocorreu para a soja (9.073.984 t). Nesta comparação anual, as maiores variações negativas, em números absolutos, foram observadas para a cana-de-açúcar (-9.542.697 t), e o milho (-2.267.458 t).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Com estimativa de redução de 8,4% da área plantada, a produção brasileira decai para 4,0 milhões de toneladas, menor 7,3% em relação à safra de 2014. O rendimento médio esperado apresenta leve acréscimo de 1,1% passando a ser de 3.773 kg/hectare. Os dois principais estados produtores continuam a ser Mato Grosso (58,0%) e Bahia (28,2%) que somam 86,2% da produção nacional. O algodão primeira safra do Mato Grosso encontra-se praticamente todo plantado, sendo responsável por 28% da área total de algodão no estado. O algodão segunda safra encontra-se em estágio inicial de plantio. A redução de área total plantada no estado foi na ordem de 7,7% e o principal substituto a esta cultura continua sendo a soja, que, mesmo com a redução do seu valor no mercado, permanece mais rentável. Em valores absolutos, esta redução de área plantada equivale a menos 49.047 hectares. A estimativa de produção para o estado é 6,4% menor, totalizando 2,3 milhões de toneladas.
AMENDOIM 1ª safra (em casca) – Apesar da área plantada estar diminuindo 0,3% em relação a 2014, a estimativa da produção do amendoim de verão está com crescimento de 18,8%, devendo alcançar 352,0 mil toneladas. Esse ganho de produção é atribuído ao rendimento médio, que está com crescimento de 18,9%. São Paulo é o principal produtor, devendo responder por 89,8% do total colhido em 2015. Participa na 1ª safra com 91,2% da produção e na 2ª safra com 65,1%.
ARROZ (em casca) – A estimativa de janeiro para a safra nacional 2015 informa uma área plantada de 2.318.984 ha, inferior 1,6% à plantada na safra anterior. A produção esperada de 12.546.122 toneladas e o rendimento médio esperado de 5.411 Kg/ha estão maiores em 3,3% e 4,6%, respectivamente, quando comparados aos dados da safra anterior. A região Sul, no momento, é responsável por 78,7% da produção nacional. O Rio Grande do Sul, maior produtor, com 68,5% da produção nacional do cereal, aguarda uma safra de 8.598.757 t, numa área a ser colhida de 1.124.565 ha e um rendimento médio esperado de 7.646 kg/ha, maiores em 4,3%, 1,0% e 3,3%, respectivamente, quando comparados aos dados da safra do ano anterior.
CAFÉ (em grão) – A estimativa de produção de café para 2015 é de 2,6 milhões de toneladas ou 43,9 milhões de sacas de 60 kg, redução de 2,7% em relação a 2014. A produção do café arábica deve alcançar 1,9 milhão de toneladas, ou 32,2 milhões de sacas, crescimento de 0,8% em relação a 2014, enquanto a produção do café canephora deve alcançar 702 mil toneladas, ou 11,7 milhões de sacas, redução de 11,3% em relação a 2014. No ano passado, houve queda drástica na produção de café arábica em função do clima excessivamente quente e seco, principalmente no sul de Minas Gerais e São Paulo. Este ano, as chuvas retornaram em algumas regiões produtoras, apesar de ainda estarem abaixo das médias históricas e bem aquém das necessidades das lavouras. Quanto ao café canephora, a queda da produção em 2015 decorre do Espírito Santo, principal produtor desse tipo de café, com participação de 69,5% do total. Esse estado aguarda uma produção de 488,2 mil toneladas, 18,1% menor que a obtida no ano anterior, quando registrou uma safra recorde de 596,2 mil toneladas.
FEIJÃO 1ª safra (em grão) – A primeira estimativa da produção de feijão em 2015, somadas as três safras do produto, é de 3,4 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior. O aumento na expectativa de produção se deve à variação positiva na estimativa do rendimento médio (1.084 kg/ha), que foi 6,2% maior que a de 2014 (1.021 kg/ha). A área plantada e a área colhida sofreram redução de 6,2% e 0,4% respectivamente. A primeira safra do produto, estimada em 1.622.983 toneladas, participa com 47,7% da produção total de feijão em grão. Essa estimativa de produção foi 15,2% maior que a produção de 2014, seguindo o aumento na estimativa do rendimento médio que foi de 8,4% e contra a diminuição de 2,1% na área plantada. O Paraná é o maior produtor nacional, com 20,5% do total, mesmo após ter reduzido sua expectativa de produção em 21,3%, seguido, nessa primeira avaliação, por Ceará (14,9%) e Minas Gerais (12,2%). Minas Gerais ficou em terceiro lugar como produtor da 1ª safra porque reduziu sua área plantada em 11,9%, enquanto o Ceará aumentou em 21,9%.
MANDIOCA (raízes) – Em 2015, o país deve colher uma safra de 24 milhões de toneladas de mandioca, aumento de 3,9% em relação a 2014. A produção deve crescer nas regiões Norte (+2,4%), Sul (+4,7%) e Nordeste (+10,6%) e decrescer nas regiões Sudeste (-5,5%) e Centro-Oeste (-0,1%). Nos estados nordestinos, a estimativa de produção está crescendo, em relação ao ano anterior, 10,0% no Maranhão, 149,3% no Piauí, 40,6% no Ceará, 10,6% na Paraíba e 5,4% na Bahia e decrescendo 44,3% no Rio Grande do Norte, 23,9% em Pernambuco e 3,1% em Sergipe, enquanto na região Norte, o Pará, está prevendo uma produção de 5,3 milhões de toneladas, devendo participar com 21,9% da produção total do país neste ano, um crescimento de 7,8% em relação a 2014.
MILHO (em grão) – Os baixos preços praticados tanto no mercado nacional quanto internacional em 2014 e a falta de perspectiva de recuperação no momento da tomada de decisão do plantio fizeram com que a estimativa de área plantada fosse reduzida em 2,7% para o milho total. Os problemas climáticos, principalmente nas regiões Centro-Sul, fizeram com que a estimativa do rendimento médio nacional também fosse reduzida em 2,6%. A estimativa de queda da produção em relação à safra passada foi de 2,9%, totalizando 76,5 milhões de toneladas. Para o milho 1º safra, Minas Gerais lidera o ranking com expectativa de 19% da produção nacional. O estado também reduziu a sua estimativa de área plantada em 7,0%, porém, ao contrário do quadro brasileiro, estima elevação do rendimento médio em 7,5%. Espera-se produção de 6,0 milhões de toneladas, maior 4,9% em relação ao ano anterior. Estima-se produzir na segunda safra 58,5% da produção total, reafirmando, assim, a força que o milho 2ª safra adquiriu para no contexto de produção desta cultura. Porém, mesmo na segunda safra, as expectativas por parte dos produtores não são animadoras fazendo com que a estimativa de área plantada seja reduzida em 3,4%. As previsões de déficits hídrico para o Centro-Oeste e região Sul aliado à redução da área plantada fazem com que a estimativa de produção seja reduzida em 7,1%, levando assim a produção para 44,7 milhões de toneladas. Mato Grosso, principal produtor de milho 2ª safra, enfrentou, na safra 2014, média de preço pago ao produtor abaixo da média nacional e por vezes abaixo do custo de produção. Com isso, houve redução nas estimativas de área plantada em 124.651 hectares (-3,8%) e da produção em 1,6 milhão de toneladas (-8,8%).
SOJA (em grão) – Por mais um ano a soja se destaca como a principal cultura brasileira entre os cereais, leguminosas e oleaginosas. Espera-se, para este ano, expansão de 10,5% da produção e, com esta expectativa, a soja reteria 47,4% da produção total de grãos brasileiros. No quesito área, a soja retém 54,7%, após o incremento de 3,4% de área em relação à safra passada. Mato Grosso, principal produtor com 28,7% da safra, estima uma produção de 27,4 milhões de toneladas, 3,6% superior à anterior. Paraná, segundo maior produtor, com 17,6% da produção, após estimar acréscimo de 13,8% da produção, espera colher 16,9 milhões de toneladas em uma área de 5,2 milhões de hectares, maior 3,2% em relação a 2014. Rio Grande do Sul, também expande a sua área em produção. A estimativa de produção é de 14,7 milhões de toneladas, o que lhe garante o terceiro lugar no ranking nacional. O acréscimo de área para a atual safra é de 4,3% passando assim para 5,2 milhões de hectares. O rendimento médio esperado é de 2.817 kg/hectare ou 47,0 sacas de 60 kg por hectare. A surpresa este ano fica por conta de Minas Gerais, que, pela primeira vez, estima que a área de soja seja superior à área de milho, sendo plantados 1.317.867 hectares de soja contra 1.254.665 hectares de milho. A produção de soja esperada no estado é de 3,8 milhões de toneladas.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
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