Semente, a chave do sucesso
O fruto de uma planta de trigo ou de soja leva o nome genérico de grão. Mas o grão que é produzido para semear e produzir uma nova lavoura é diferenciado e se denomina de semente. Grão não é semente. Embora ele se pareça com a semente da mesma espécie, a semente precisa possuir certas qualidades (elevados vigor, poder germinativo, pureza, sanidade, entre outras) para ser reconhecida como tal.
A semente vale pela sua genética, pela qualidade do seu grão, pela pureza física e varietal, resultado de um processo diferenciado e criterioso de produção. A economia que o produtor faz plantando “sementes” pirata ao invés de sementes de qualidade comprovada é, muito provavelmente, menor do que o prejuízo que ele poderá ter com a queda na produtividade pelo uso de grãos travestidos de semente. Essa potencial redução na produtividade dificilmente será percebida pelo produtor. É um prejuízo oculto, dissimulado. Resultados de pesquisa demonstram que a utilização de sementes de elevado vigor propiciam produtividades 10% a 30% superiores às sementes com baixo vigor, condição mais comumente encontrada em “sementes” pirata. Mas o produtor não percebe isto porque ele não tem como comparar. Como saber a produtividade que obteria com a semeadura de sementes certificadas, se ele só utilizou “sementes pirata?” Não estamos afirmando que toda semente pirata tem baixa qualidade, mas dada a utilização de menos controles no seu processo produtivo, estão mais sujeitas a apresentar menor qualidade.
Outro alerta para o agricultor não gastar à toa, é atentar-se para não utilizar em excesso os aditivos oferecidos pela indústria, de utilidade duvidosa, ou até, de nenhuma utilidade. A indústria química, que cada vez mais se confunde com a indústria de sementes, está transformando a semente em burro de carga dos seus produtos químicos e, dessa forma, repassa ao produtor, junto com a semente: fungicidas, inseticidas, nematicidas, bioestimulantes, fertilizantes, enraizantes, entre outros, que ele não pediu, mas vê-se estimulado a aceitá-los – e pagar por eles – para ter acesso à variedade que ele escolheu.
A lógica do mercado é cruel. Pode mais quem for mais esperto. O negócio da indústria é vender e faturar, enquanto que o produtor quer produzir e gostaria de, também, faturar. Mas o seu lucro pode ficar pelo caminho pelos custos de produção desnecessários.
Começar bem uma nova safra implica em utilizar insumos de qualidade, começando pela semente.
Fonte: CANAL RURAL
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