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Sementes de soja: disputa por preços baixos prejudica o mercado brasileiro

Quando os custos de produção estão em alta e os preços da soja não são tão atrativos, o produtor busca cortar despesas e pode optar por sementes mais baratas. No entanto, economizar justamente na hora do plantio pode ser um péssimo negócio. “O agricultor tem que aprender a comprar semente. Muitas vezes ele pede a mais baratinha e não liga para a qualidade. A gente insiste que o produtor precisa valorizar o principal insumo da lavoura”, afirma Marco Alexandre Sousa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass). “Tem tanta coisa para dar errado na lavoura, que se começar com uma semente sem qualidade já compromete a safra.”

De acordo com Sousa, é preciso conscientizar o produtor brasileiro e valorizar as tecnologias para o segmento. “O que garante a produtividade da soja é o germoplasma. A biotecnologia é a cereja no bolo. Se a gente não incentivar a pesquisa de germoplasma, a tendência é cada vez mais menos empresas se dedicando à pesquisa no Brasil”, diz Sousa.

Pragas e doenças

Em entrevista exclusiva à Farming Brasil durante o XX Congresso Brasileiro de Sementes, em Foz do Iguaçu, Souza disse que é desafiador produzir as sementes brasileiras, por causa do clima tropical. O manejo de pragas e doenças eleva o custo de produção. “Não é fácil produzir semente de boa qualidade no cerrado brasileiro, por exemplo. É muito mais difícil fazer semente aqui do que nos Estados Unidos e na Argentina”, afirma Sousa.

Segundo ele, em zona de clima temperado o mercado de sementes se comporta de maneira diferente. “No Estados Unidos é muito fácil. Você produz a semente, começa a nevar, quando acaba de nevar você planta de novo”, diz Sousa. “Então eu acho que levando isso em consideração, nossos sementeiros são muito bons e estão qualificados.”

Compevidade desleal

O presidente da Abrass contou que a disputa por preços de sementes está nivelando o mercado brasileiro por baixo. “Isso acaba influenciando o mercado e o produtor acaba comprando a semente mais barata”, diz Sousa. “O produtor compra a semente barata, não fica satisfeito e reclama que a semente em geral está ruim. E na maioria das vezes vemos sementes de qualidade sobrando no mercado.”

De acordo com o presidente da Abrass, esse é um grande gargalo para o setor atualmente. O reflexo é que o comércio desleal de sementes está deixando muitas sementeiras com lucros mínimos. “O sementeiro que produz semente de alta qualidade está sofrendo com a [pequena] margem operacional.”

A polêmica da semente salva

A Abrass segue em campanha constante conta a pirataria de sementes. Além disso, atualmente uma forte reivindicação da entidade é regulamentar e fiscalizar a utilização de sementes salvas. Sousa explica que o atual decreto em vigor sobre o assunto não estabelece regras totalmente claras. “Tem uma brecha em termos de entendimento. No entendimento da Abrass, [o produtor] só pode salvar sementes uma vez. Ele tem o direito de salvar. Mas se, por exemplo, ele comprou sementes para 100 hectares, ele pode salvar para os mesmos 100 hectares no ano que vem”, diz Sousa.

No entanto, na prática, o uso está se tornando desenfreado. “O que ocorre é que ele colhe 100 hectares e quer fazer 5 mil hectares de semente salva na próxima safra, tem um crescimento exponencial. Depois, ele quer vender para o vizinho e isso vira uma coisa totalmente sem controle”, afirma Sousa. “A nossa demanda é que o produtor só possa salvar semente por um ano e que isso seja restrito ao volume de sementes que ele comprou. Mas não adianta mudar o decreto se não houver fiscalização.”

Por que a semente salva pode se tornar um problema?

A Abrass estima que 35% a 40% dos sojicultores salvam sementes. A prática não é ilegal nem pode ser condenada. Fazer uso de semente salva é um direito do produtor. O que ocorre, no entanto, é que esse segmento não remunera as empresas desenvolvedoras de tecnologia. Isso desestimula o avanço da ciência porque descapitaliza as linhas de pesquisa.

Sousa cita como exemplo a Argentina, onde a legislação mais branda estimula o uso de sementes salvas e isenta o pagamento de royalties. Segundo o presidente da Abrass, isso causa a deterioração do mercado de sementes. “Na Argentina, a pirataria é maior. Em função disso, as empresas estão deixando de investir no país”, diz Souza. “A Argentina está começando a pagar o preço de ficar sem lançamentos de variedades novas simplesmente porque a semente salva não remunera a pesquisa.”

Fonte: SF Agro

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