Governo quer privatizar Ferroeste e licitar novo trecho Curitiba/Paranaguá
Não tem como a economia do Paraná permanecer competitiva pelos próximos anos se a única opção de modal ferroviário no trecho final do corredor de exportações, de Curitiba a Paranaguá, continuar sendo uma obra concluída em 1885, na época do Brasil Império. O traçado sinuoso para vencer a Serra do Mar, com curvas fechadas e rampas em declive acentuado, forma um belo cartão postal, mas desacelera não somente as locomotivas e vagões: é um freio ao próprio desenvolvimento do estado.
“A sociedade organizada e o mercado já demonstraram que querem essa ferrovia, o governo do estado quer, o Porto de Paranaguá precisa e o governo federal já deixou claro, pela ANTT, que também quer essa obra”, diz João Vicente Bresolin Araújo, diretor presidente da Ferroeste. Araújo acrescenta, no entanto, que não é interesse do governo estadual nem construir nem operar as novas ligações ferroviárias: “Tudo deve ser feito pela iniciativa privada. Não temos dúvida da viabilidade econômica e financeira do projeto. Pela sua localização e importância estratégica, se essa ferrovia não ficar em pé por si mesma, nenhuma outra ficará”.
Entre outros apoios, o projeto tem respaldo do governo sul-matogrossense, que considera a ligação Dourados-Paranaguá o melhor caminho para escoar suas safras, e da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP). “Quando falamos de infraestrutura, é preciso pensar grande. Não teríamos a atual ferrovia se D. Pedro II não tivesse uma visão de longo prazo, então, precisamos fazer o mesmo”, afirma João Arthur Mohr, secretário-executivo do Conselho de Infraestrutura da Federação.
Para o governo estadual, no entanto, não há como alegar desequilíbrio no contrato de concessão porque o Artigo 21 da Constituição Federal deixa claro que é de responsabilidade da União o serviço público de ferrovias que ultrapassem os limites estaduais ou que liguem portos às fronteiras, o que não é o caso dos projetos paranaenses. “O trecho de Guarapuava a Paranaguá não se encaixa nessa definição. E faríamos uma subconcessão do trecho operado atualmente pela Ferroeste e do direito de exploração de Cascavel a Dourados. Faremos um grande projeto ferroviário pela união de dois projetos”, afirma João Vicente Araújo. Por outro lado, por envolver obras de longo prazo, de mais de 10 anos para implantação, o projeto só ficaria pronto após o final da concessão da Rumo, em 2027.
Os projetos ferroviários do governo estadual têm apoio da maioria mas não são unanimidade no G7, o grupo formado pelas grandes instituições do setor produtivo do Paraná (Federação das Indústrias, Federação da Agricultura, Federação das Cooperativas, Federação das Empresas de Transporte de Cargas, Associação Comercial, Federação das Associações Comerciais e Empresariais, e Sebrae-PR).
“Não dá para ter ferrovias concorrendo lado a lado”, diz Nilson Hanke Camargo, assessor da Federação da Agricultura (FAEP) para assuntos de infraestrutura e logística. Segundo Camargo, a prioridade deveria ser para “obras mais factíveis, que possam resolver os principais gargalos para escoamento da safra por ferrovia em até cinco anos”. Um bom começo, segundo ele, seria corrigir o traçado de descida da Serra da Esperança, entre Guarapuava e Ponta Grossa, que “por causa de ângulos e curvaturas obsoletos, obriga o trem a puxar um número limitado de vagões e a andar no máximo a 10 ou 15 km por hora”. No trecho entre Curitiba e Paranaguá , diz Camargo, é urgente fazer a correção do traçado de 70 metros próximo à ponte São João, que hoje impossibilita o uso de locomotivas maiores e mais modernas, já adquiridas pela concessionária. A liberação da obra solicitada pela Rumo, no entanto, ainda depende de parecer do Conselho Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná (Cepha), já que a Serra do Mar é patrimônio tombado.
Fonte: GAZETA DO POVO
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