Skip directly to content

Soja intensifica baixas em Chicago com clima favorável nos EUA e aversão ao risco no financeiro

As perdas registradas pelos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago se intensificaram na sessão desta quinta-feira (16) e, por volta das 11h (horário de Brasília), passavam de 20 pontos entre os contratos mais negociados. Dessa forma, o vencimento julho/16 vinha sendo negociado a US$ 11,32 por bushel, enquanto o novembro/16, o mais negociado do momento e referência para a safra americana, valia US$ 11,12.

O mercado futuro norte-americano passa por mais um pregão de liquidação de posição por parte dos fundos, que são motivados, principalmente, pela questão climática nos Estados Unidos, conforme explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter.

Por ora, a nova safra norte-americana se desenvolve muito bem e o plantio está, praticamente, concluído e os campos possuem 74% das lavouras em boas ou excelentes condições, além de contarem com um cenário climático favorável para os próximos dias.

"Tudo está andando bem. Houve muita especualação climática nas últimas semanas, que somadas à quebra da América do Sul e à boa demanda, levou os fundos a comprar muito", diz Motter. "Este será um ano de fortes emoções novamente pelo aperto no quadro de oferta e demanda e pelas possibilidades de inversão do El Nino para um La Niña", completa.

Atualmente, principalmente a porção norte do Corn Belt é a que recebe chuvas mais adequadas, enquanto se mostram mais escassas nas regiões sul e leste, de acordo com informações apuradas pela Agrinvest Commodities. Ainda de acordo com a consultoria, a previsão da semana passada que indicava menos chuvas em um período de 6 a 10 dias se confirmou, ao passo em que o intervalo de 20 a 24 de junho indicam condições melhores.

Na outra ponta da formação dos preços, porém, ainda atua a o quadro apertado de oferta e demanda, mantendo-se com um dos mais importantes pilares de sustentação de alguns patamares dos preços em Chicago neste momento. E com menos oferta sulamericana da safra 2015/16, "há uma necessidade de produção cheia, primeiro nos EUA, depois aqui no Sul. Os estoques globais estão minguando desde a safra passada, caem nesta e muito mais na próxima. A demanda sempre foi consistente e gradativamente em alta", diz o analista da Granoeste.

E o momento é de maior demanda pela soja norte-americana. As exportações de ambos os anos comerciais vêm mostrando números mais fortes nas última semanas em relação ao meses passado, com um movimento maior do consumidor em busca deste produto e com os sojicultores americanos aproveitando os valores mais atrativos para voltar a vender.

"O produtor americano segurou bastante lá quando os preços estavam (e por longo tempo) na casa dos US$ 9,00. Eles estão num período de entressafra, então a oferta sempre acaba sendo mais limitada", afirma Camilo Motter. Confirmando esse quadro, os números das vendas semanais para exportação divulgados nesta quinta pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) vieram fortes.

Números acima

Na semana encerrada no último dia 9 de junho, as vendas norte-americanas da oleaginosa da safra 2015/16 somaram 816,4 mil toneladas, superando em 8% o volume da semana anterior e em 57% a média das últimas quatro semanas. O total ficou ainda bem acima das expectativas do mercado, que esperavam algo entre 400 mil e 600 mil toneladas, e os principais compradores foram destinos não revelados. Da safra 2016/17 foram vendidas 768 mil toneladas, com a China como principal destino. O total fica dentro das projeções dos traders, as quais variavam entre 600 mil e 800 mil toneladas.

As vendas de farelo de soja dos Estados Unidos e subiram 91% em relação à semana anterior e totalizaram 84,4 mil toneladas. Em relação à média mensal, porém, foi registrado uma baixa de 5%. O principal destino do derivado foi Honduras. No caso da safra 2016/17, as vendas foram ainda mais fortes e somaram 108,5 mil toneladas - maior parte para a Tailândia. No entanto, o volume caiu 69% em relação à semana anterior e 60% se comparado à média das últimas quatro.

Os EUA venderam ainda, na semana encerrada em 9 de junho, 13,8 mil toneladas de óleo de soja da safra 2015/16, 5% a menos do que na semana anterior e 70% em relação à média do último mês. A Venezuela, neste caso, foi o maior comprador do derivado.

Além disso, a demanda interna também está forte nos EUA, uma vez que a demanda global por farelo de soja também cresce de forma significativa, principalmente por conta de uma menor oferta do derivado que deverá chegar da Argentina nesta temporada. Dados da NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) indicaram um esmagamento recorde de soja no país em maio de 4,16 milhões de toneladas. O volume superou as 4,02 milhões de toneladas de abril e as 4,04 milhões de maio de 2015, além da média estimada pelo mercado de 4,08 milhões de toneladas.

Mercado financeiro

O movimento de baixa, porém, não se dá somente entre os futuros da soja, mas entre as commodities de uma forma geral, com uma realização de lucros se estendendo além das agrícolas. Os demais grãos recuaem em Chicago, as soft commodities - com exceção do algodão - cedem em nova York, tal qual o petróleo, que perde quase 4% na tarde de hoje. O ouro era a única que ainda mantinha ganhos consideráveis, avançando mais de 2%.

Segundo explicam analistas internacionais, os investidores trabalham com cautela e maior aversão ao risco frente alguns cenários que devem se confirmar na próxima semana, como a permanência ou não do Grã-Bretanha na Zona do Euro, e de outros já confirmados, como a manutenção da taxa de juros nos EUA pelo Federal Reserve, reportada nesta quarta (15).

Apesar disso, principalmente a questão dos juros norte-americanos e as indicações do Fed que duas novas revisões para cima da taxa poderiam acontecer - uma ainda este ano e outra em 2017 - inspiram atenção, além de um dólar em alta no quadro internacional, o que também ajuda a pressionar os preços.

"O mercado está dando muita importância para a questão da Grã-Bretanha e o dia hoje é de aversão a risco", resumiu o operador da corretora Correparti Guilherme Esquelbek em entrevista à agência de notícias Reuters.

No Brasil, a moeda norte-americana, por volta de 12h (horário de Brasília), subia 0,78% para ser negociada a R$ 3,494. O movimento, no entanto, apenas limita uma baixa das cotações nos portos do Brasil, uma vez que as perdas apresentadas em Chicago são bem mais intensas neste início de tarde.

Em Rio Grande, a soja disponível perdia 2,13% para ser negociada a R$ 96,00 por saca, enquanto em Paranaguá recuava 1,52% para R$ 97,00. No caso da oleaginosa da safra 2016/17 do Brasil, baixas de, respectivamente, 0,54% e 1,10%, para em ambos os terminais alcançar os R$ 92,00 por saca.

Fonte: Notícias Agrícolas

Pharmacie Viagra Canada Pas Cher. Home Contact Us Hours. https://www.cialispascherfr24.com/ LivingEasy Designs.