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Com força do farelo, importações de soja da China devem crescer 6% na temporada 2015/16

As importações de soja da China em fevereiro confirmaram as expectativas de uma retomada de seu ritmo forte e somaram 4,51 milhões de toneladas. O volume superou as expectativas do mercado e é 6% maior do que o registrado há um ano. No acumulado do ano comercial, o aumento é de 14% no volume total.

Em relação ao mês anterior houve uma baixa, porém, segundo explicam especialistas internacionais, esse não é um indicador capaz de refletir uma tendência. Afinal, o mês de fevereiro não é um dos mais fortes para compras da nação asiática, principalmente, em função do feriado do Ano Novo Lunar, que é o mais importante e extenso do país, com duas semanas de atividades paradas em quase sua totalidade.

Além disso, a oleaginosa importada ainda se mostra mais atrativa para os compradores neste momento, e este sim, como explicam analistas, pode ser um fator de suporte para as compras, bem como um indicador para o resultado das importações da nação asiática nesta temporada.

"As importações continuam crescendo, refletindo a queda nos preços do frete, tornando a soja importada mais barata", explicam analistas da Agrinvest Commodities.

E as expectativas de analistas internacionais são semelhantes. "Os compradores chineses retornaram ao mercado. Além disso, os preços da soja estão em seus menores patamares em quase uma década, o que também estimula os compradores. Assim, podemos esperar importações mais elevadas nos próximos meses", informou, em nota, o banco internacional Commerzbank.

Ainda em fevereiro, a China adquiriu 400 mil toneladas de óleos comestíveis, sendo a maioria deles de palma, canola e, claro, de soja.

Importações 2015/16: Aumento deve vir com o farelo

Para a temporada 2015/16, as projeções indicam um aumento de 6% nas importações de soja pela China. O incremento é esperado, principalmente, com o maior estímulo vindo do setor de alimentação animal. A previsão é da estatal Cofco, uma das maiores compradoras de grãos do país. "As margens no setor de suínos estão atrativas e esperamos que a demanda por rações na China cresça daqui em diante", acredita um dos diretores da indústria, Wang Lin em uma entrevista na última semana.

Atualmente, ainda segundo explicam analistas internacionais, as fábricas de rações estão utilizando o farelo de soja como substituto de alguns componentes para a fonte de proteína como a canola, o caroço de algodão ou os chamados DDGS.  Em 2015, a produção chinesa de farelo aumentou 10,3%, de acordo com informações do portal chinês cofeed.com.

Os balanços positivos e as projeções otimistas se dão, portanto, mesmo diante de uma baixa nos estoques de suínos do país – que absorvem cerca de 40% da produção de alimentação animal - e, em partes, motivada também pelo aumento - na casa dos 14% - das importações da oleaginosa pela nação asiática.

"Os preços do farelo de soja estão bem baratos e, apesar das incertezas trazidas pelo futuro incerto da economia mundial (e os impactos que isso pode causar na economia da China) as fábricas de rações vêm aumentando o seu uso", disse um trader do derivado de uma das maiores esmagadoras.

Além disso, enquanto o rebanho de suínos se recupera ainda lentamente, uma redução na produção de outras fontes de proteínas se transforma, também, em uma demanda maior por farelo de soja. As autoridades, recentemente, restringiram as compras externas de DDGS e a produção doméstica de canola e algodão, as quais devem cair drasticamente em setembro.

 

Fonte: Notícias Agrícolas