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Soja: Importações da China caem em janeiro, mas movimento já era esperado

As importações de soja da China, em janeiro, totalizaram 5,66 milhões de toneladas. O volume é 17,7% menor do que o registrado há um ano, segundo informou a Administração Geral da Alfândega, nesta segunda-feira (15). Em relação ao mês anterior, a baixa foi de 38,8%. O movimento, no entanto, já era esperado, segundo especialistas.

Apesar da redução, segundo explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, o volume veio ainda melhor do que o mercado esperava - algo próximo de 4 milhões de toneladas - já que essa desaceleração é típica do período de proximidade do extenso feriado do Ano Novo Lunar no país, que neste ano aconteceu mais cedo.

A China veio comprando elevados volumes de soja nos últimos meses e, como disse o consultor, é normal que, nas vésperas desse feriado, as compras se desacelerassem ligeiramente. Além disso, nesse momento, a nação está bem abastecida, com bons estoques, justamente em função dessa aceleração das operações nos últimos meses. No entanto, Brandalizze afirma ainda que essas importações menores não configuram uma tendência.

"Eles compraram mais antes", diz. "O mês de fevereiro ainda não deve ser importante, e a China deve voltar mais forte às compras da segunda metade de março em diante", acredita. "O governo chinês segue prezando pelo abastecimento, a demanda no setor de alimentos continua forte", conclui Brandalizze. Além disso, os chineses, ainda de acordo com o consultor, devem aguardar a conclusão da safra da América do Sul e observar o comportamento dos produtores norte-americanos, que estão com suas vendas paradas neste momento para voltar ao mercado de forma mais efetiva.

E a demanda maior por comida não é o único indicativo da necessidade chinesa de ampliar suas compras de alimento, ainda segundo explica o consultor. "Há uma queda nas áreas disponíveis para agricultura no país, áreas de pastagens estão virando deserto, e há pouca água também disponível para o setor", conclui.

Óleos

A nação asiática, ainda em janeiro, importou 530 mil toneladas de óleos vegetais comestíveis, registrando, portanto, um aumento de 15,9% em suas compras. Os principais adquiridos pelos chineses são os óleos de soja, canola e palma.

Na volta do feriado, os mercados da China retomaram os negócios com alta nos preços do óleo de palma que, somente nesta segunda-feira, subiram cerca de 3,78% na Bolsa de Dalian. Por conta de problemas com adversidades climáticas, a produção da Malásia, maior produtor mundial, ficou comprometida e dá suporte ao mercado.

Cenário Geral

As exportações da China em janeiro recuaram 6,6% em janeiro em relação ao mesmo mês 2015 e somaram 1,14 trilhões de yuans (US$ 175 bilhões), enquanto, no mesmo intervalo, as importações recuaram 14,4%, com uma receuita de 737,5 bilhões de yuans. As informaçoes partem de

Mesmo diante dessas baixas, o superávit mensal do comércio internacional chinês cresceu 12,2% e chegou a 406,2 bilhões de yuans (US$ 62,38 bilhões) em janeiro, contra 382 bilhões de yuans registrados no mês anterior. Em relação a janeiro de 2015, a alta é de 9,8%, com o superávit, no mês passado, alcançando 1,88 trilhões de yuans.

E apesar das baixas entre importações e exportações - que ainda assim resultaram em um superávit na balança - os analistas e traders internacionais receberam com bons olhos a volta da China do feriado de uma semana ao mercado, com suas ações encerrando a segunda-feira com modestos 0,6%, depois de iniciarem o dia perdendo mais de 3%.

Fonte: Notícias Agrícolas