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Sem impostos de exportação agropecuária na argentina, produtor brasileiro enfrentará maior concorrência

Sem impostos de exportação agropecuária na argentina, produtor brasileiro enfrentará maior concorrência em curto prazo, diz CNA

Altos estoques e baixos preços aumentarão a oferta e a competitividade no setor. No entanto, em longo prazo ocorrerá um melhor alinhamento das políticas comerciais e ampliação das exportações brasileiras

Eliminar totalmente as tarifas de exportação de carne bovina (15% para 0%), trigo (23% para 0%) e milho (20% para 0%), além da redução do percentual cobrado sobre a venda de soja dos atuais 35% para 30%. Essas são as promessas do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, voltadas à reestruturação de sua economia e ao reestabelecimento de relações exteriores que andavam enfraquecidas. Para a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as medidas podem afetar os preços internacionais desses produtos no curto prazo. No entanto, em longo prazo, as ações trarão bons frutos para as relações bilaterais, a exportação brasileira e para o Brasil.

Segundo a responsável da Superintendência de Relações Internacionais da CNA, Alinne Oliveira, atualmente a Argentina tem US$ 11,4 bilhões de dólares em estoque de soja, milho e trigo. “Em um cenário de preços baixos, a retirada dos impostos incentivará a venda dos estoques e o aumento da produção argentinos, consequentemente haverá maior oferta, o que pode deixar os produtos ainda mais baratos. A princípio, esse impacto será negativo para o exportador brasileiro”, observou.

No entanto, comenta Alinne Oliveira, depois do impacto inicial, as medidas adotadas por Macri serão positivas para o Brasil e o Mercosul. “A Argentina terá um melhoramento econômico, refletindo em todo o bloco. Assim, as políticas comerciais terão um melhor alinhamento e novos acordos comerciais poderão ser concluídos, abrindo outros mercados para o Brasil”, frisou. A superintendente de Relações Internacionais da CNA explica que esse fato pode equilibrar a competição e ampliar a abertura de novos mercados para o Brasil, uma vez que a Argentina é um grande importador de produtos manufaturados brasileiros.

Outro aspecto positivo, de acordo com a CNA, é o fato de Brasil e Argentina poderem se unir para conquistar grandes mercados que exigem escala de exportação como China, Rússia e Norte da África. “Tudo isso pode ocorrer se o novo presidente conseguir cumprir suas promessas eleitorais, uma vez que o congresso argentino é da era Kirchner”, finalizou Alinne Oliveira.

Fonte: CNA