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Prato feito pesa mais no bolso do brasileiro

Com o impacto das chuvas e do câmbio, o custo para preparar um prato básico dos brasileiros com arroz, feijão, bife e batata frita aumentou acima da média dos preços da economia.

Levantamento da Fundação Getulio Vargas para a reportagem mostra que a "inflação da cozinha" foi de 12,51% em 12 meses até outubro, o avanço mais rápido para o período desde 2012(17,31%).

Para formular o índice, considerou-se a variação dos preços de dez itens necessários para o prato feito, ponderados pelo peso dos produtos na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

Esse avanço de 12,51% é maior até mesmo do que o da alimentação fora de casa, que teve alta de 10,77% no mesmo período, segundo dados do IPCA, índice oficial de inflação do IBGE.

O avanço foi mais rápido também que o da inflação do país - o IPCA avançou 9,93% em um ano até outubro.

O preço dos alimentos subiu bastante por uma combinação de clima menos favorável para a agricultura - com estiagem e fortes chuvas - e da alta do dólar.

"Por serem perecíveis e, muitas vezes, cotados em dólar no mercado internacional, o repasse do câmbio nos alimentos é rápido e intenso", diz Rodrigo Alves de Melo, economista da Icatu Vanguarda.

O maior impacto veio da carne salgada, o item mais caro no prato feito do brasileiro. O preço subiu 17,89% no acumulado dos últimos 12 meses.

"Com a alta do dólar, ficou mais atraente para os frigoríficos exportar, o que afeta o preço da carne no mercado interno", afirma André Braz, economista do Instituto de Economia da FGV (Ibre).

Para economistas, os alimentos devem continuar pressionando o IPCA até o fim do ano, por causa do câmbio e da entressafra de produtos.

Fonte: Bôas Folhapress