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Crise hídrica faz aumentar procura por sistemas de irrigação

A crise hídrica que vem castigando, especialmente a região Sudeste do País, provocou um aumento significativo na procura por sistemas de irrigação pelos produtores rurais. Números da Netafim, empresa especializada no segmento, apontam um crescimento recente entre 15% e 20% na demanda pela tecnologia de gotejamento, considerada a mais avançada, segundo informa o gerente de produtos da empresa, Bruno Costa.

Ao disponibilizar a água diretamente no sistema radicular da planta, a tecnologia de gotejamento gera mais eficiência do que outras habitualmente usadas. De acordo com Carlos Sanches, gerente agronômico da Netafim, nos sistemas de aspersão ou mesmo de microaspersão, a água é distribuída por toda a extensão da planta, o que exige um volume bem maior. Por sua vez, segundo explica Costa, o gotejamento coloca a água na quantidade, hora e lugar certo, diminuindo o desperdício. “É uma tecnologia muito mais inteligente.”

Cálculos da Netafim indicam que a economia no volume de água proporcionada pelo gotejamento varia entre 30% e 50% quando comparada com os sistemas tradicionalmente utilizados. Sanches ressalta, ainda, que com a adoção do gotejamento torna-se possível também fertirrigar a plantação, o que consequentemente acarretará em efeitos positivos na produtividade. “Os nutrientes necessários também acabam sendo colocados diretamente na raiz da planta junto com o processo de irrigação.”

Investimento e desafios de adoção

Costa revela que para um hectare de cana, por exemplo, o investimento em um sistema de irrigação por gotejamento gira em torno de R$ 9 mil, podendo ser amortizado em aproximadamente três anos. Já para café e citros, o valor cai para em torno de R$ 5 mil, com tempo de amortização semelhante.

Na avaliação de Costa, os entraves para uma maior adoção da irrigação em geral pelos produtores rurais brasileiros ainda são o desconhecimento acerca do custo-benefício da tecnologia e linhas de crédito insuficientes.

Quem já adotou não mostra arrependimento. O produtor de hortifrúti de Mogi das Cruzes, Arnaldo Shiga, implantou a irrigação por gotejamento há dois anos. “Tive redução de custos com o uso de defensivos e fertilizantes, e já recuperei o investimento.”

Fonte: Universo Agro