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Produtor teme efeito do estoque de soja sobre os preços

A preocupação dos produtores é qual o efeito desse volume sobre os preços de comercialização da oleaginosa.

Os estoques mundiais de soja, após patamares de extremo risco nos Estados Unidos há dois anos, voltam a registrar o segundo recorde mundial.

Na safra 2014/15 foram de 78,7 milhões de toneladas. Para esta, a estimativa do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é de 85 milhões de toneladas.

A produção mundial de soja deverá atingir 310 milhões de toneladas, mas o Usda poderá rever os dados de produção e de estoques nesta sexta-feira (9).

Os estoques são elevados e seriam um sério problema no passado. Com certeza, derrubariam os preços.

A formação de preços das commodities atualmente não depende mais tanto dos estoques -que ainda são importantes-, mas também da financeirização do mercado, segundo a analista Daniele Siqueira, da AgRural.

A entrada ou saída dos fundos de investimento, que carregam bilhões de dólares consigo, é que determinam boa parte das oscilações de preços do mercado.

Se a oferta e demanda de produtos ainda fosse o único componente de formação de preços, seguramente os produtores teriam um cenário ainda mais conturbado no próximo ano.

A oferta de soja sobe porque os Estados Unidos, que devem produzir 107 milhões de toneladas na safra 2015/16, já vêm de uma supersafra em 2014/15.

Brasil e Argentina também mantêm ritmo de expansão da área e da produção, apesar do momento econômico difícil nos dois países.

A produção brasileira de soja caminha para um patamar próximo de 100 milhões de toneladas.

A AgRural espera 99 milhões de toneladas, um número próximo do da consultoria Clarivi.

Já a consultoria Céleres espera 97 milhões, enquanto a Abiove (associação das indústrias de moagem) prevê próximo de 98 milhões de toneladas.

A Argentina, terceiro maior produtor mundial, também deverá ter uma colheita próxima dos 60 milhões de toneladas na safra 2015/16.

Fonte: Folha de S. Paulo