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Preço da soja registra queda, mas ainda é competitivo, informa Cepea

Os preços mais competitivos da soja devem levar a um novo recorde de produção na safra 2015/2016. A avaliação foi feita nesta terça-feira (13/10) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Para os pesquisadores, a desvalorização apontada pelos indicadores da instituição na semana passada não mudam o cenário favorável para a cultura no país.

De acordo com o Cepea, as cotações da soja no mercado brasileiro caíram na semana passada, especialmente por causa de uma demanda doméstica mais fraca e uma valorização do real frente ao dólar nos últimos dias. Entre o dia 5 e o dia 9 de outubro, a cotação caiu de R$ 82,38 para R$ 79,49, com base no corredor de exportação de Paranaguá (PR).

“Agentes de indústrias processadoras informam que as compras de setembro foram suficientes e, com isso, estão afastados do mercado nestes últimos dias. Outras reduziram ou até mesmo pararam a moagem para manutenção das máquinas. No geral, ainda há forte diferença entre os valores de compradores e vendedores”, diz a nota da instituição.

No acumulado de outubro, a desvalorização é de 5,65% na referência com base em Paranaguá. Ainda assim, informa o comunicado, as cotações atuais no mercado brasileiro estão 30% maiores que as registradas nesta mesma época do ano passado. E isso garante competitividade em relação a outras com que disputa área na safra de verão, especialmente o milho.

Para a Conab, a área de soja no ciclo 2015/2016 pode crescer até 3,6% em relação ao ciclo encerrado neste ano, chegando a 33,24 milhões de hectares. Pela primeira vez na história, a Companhia previu produção maior do que 100 milhões de toneladas do grão. Ao mesmo tempo, a área com milho de verão deve cair até 6,7% chegando a 5,81 milhões de hectares.

Iniciado o plantio da safra nova, o principal ponto de preocupação ainda é o Centro-oeste, onde a falta de chuvas ainda interfere no ritmo do trabalho de campo. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a semeadura emMato Grosso, principal produtor nacional do grão, chegou a 8,34% da área prevista (9,22 milhões de hectares) até a última sexta-feira. O atraso em relação à mesma época na safra passada é de 2,26 pontos percentuais.

“Com a escassez predominante de precipitações sobre a região Central, o avanço foi lento. Embora esse atraso não seja ainda um problema, os produtores estão preocupados, pois a lentidão pode acabar atrapalhando o cultivo da safra inverno no início de 2016”, avalia o consultor Flávio França Júnior, em relatório de mercado.

Nas estimativas dele, em nível nacional, o plantio da soja chagou a 7% da área na semana passada. Em relação à semana anterior, houve um avanço de três pontos percentuais, deixando a proporção de área semeada igual à da mesma época no ano passado. A média dos últimos cinco anos é de 6%.

Fonte: Revista Globo Rural