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Mudanças climáticas podem alterar a geografia da produção agrícola no Brasil

As mudanças climáticas em curso podem alterar a geografia da produção agrícola no Brasil. O alerta é do presidente da Embrapa, Maurício Lopes. Segundo ele, a instituição vem realizando uma série de estudos de modelagens do futuro, com o objetivo de antecipar possíveis impactos do aumento da temperatura global na agricultura brasileira.

De acordo com Lopes, a proposta é antecipar cenários, buscando identificar a necessidade de adaptação das culturas agrícolas a novos locais de plantio. “Estamos preocupados, por exemplo, com o Matopiba, que não é uma região igual ao Cerrado, e sim uma zona de transição para o semiárido, que já é mais quente.”

Segundo o presidente da Embrapa, já é possível afirmar que, em nível global, o aquecimento trará, em princípio, impactos positivos para as regiões de clima mais frio e temperado, e efeitos negativos para os trópicos.

Lopes explica que o avanço de temperatura aumentará o espectro da área tropical do planeta, ampliando assim as regiões com maior aptidão para a produção agropecuária. Ou seja, localidades hoje de clima mais frio e temperado terão condições de produção similares às existentes atualmente nos trópicos, que por sua vez sofrerão com mais calor e escassez d’água.

“É no cinturão tropical que estão às condições mais desafiadoras para a produção agropecuária, e as mudanças climáticas acentuarão isso”, avisa o presidente da Embrapa, acrescentando que esta mudança de quadro acirrará a concorrência para o agronegócio brasileiro, beneficiando o avanço da produção agropecuária em países como, por exemplo, Ucrânia, Rússia, Canadá, entre outros. Pesquisa do Banco Mundial aponta que os países em desenvolvimento devem absorver de 75% a 80% dos custos relacionados a danos causados pelas mudanças climáticas.

O alento, sublinha Lopes, é que certamente a tecnologia também deve evoluir, podendo passar a oferecer sementes, cultivares e variedades mais adaptadas às mudanças climáticas.

Fonte: Universo Agro