MS encerra safra de soja com 4º recorde consecutivo
Os produtores sul-mato-grossenses colheram 6,05 milhões de toneladas de soja na safra 2013/2014, maior volume da história do Estado. O número integra os dados do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio de MS (Siga-MS), divulgados ontem pela Associação de Produtores de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS). Este é o quarto recorde consecutivo na produção da oleaginosa - neste período (desde 2009), a área de plantio do grão cresceu 28% no Estado.
A estiagem, que prejudicou lavouras de municípios do Sul do Estado, chegou a reduzir as projeções de colheita. Em janeiro, a estimativa do Siga foi de produção de 5,9 milhões de toneladas, abaixo da expectativa inicial de 6,3 milhões de toneladas. “Mas as chuvas deste ano aliviaram esse quadro”, afirma o analista técnico da Famasul, Leonardo Carlotto. O resultado, embora inferior à primeira projeção, supera em 4,5% o volume colhido em 2013, de 5,8 milhões de toneladas.
Desde a safra 2009/2010, Mato Grosso do Sul vem avançando na produção da oleaginosa. A sequência de recordes resulta da combinação entre crescimento da demanda, melhor produtividade, preços acima da média histórica e expansão da área, analisa Carlotto. ”A área de plantio aumentou quase 30% em quatro anos”, informa - a área era de 1,7 milhão de hectares em 2009/2010. Carlotto acrescenta que as lavouras de soja avançam, principalmente, sobre áreas de pastagens.
O especialista também nota que as demandas internacional e doméstica têm crescido. A observação é endossada por números da balança comercial - de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as vendas externas de soja acumulam receita de US$ 60,3 milhões no primeiro bimestre deste ano (último dado), 12,8% acima do valor do mesmo período de 2013, de US$ 53,3 milhões de toneladas.
O aquecimento do mercado estimulou o produtor a investir na melhoria da produtividade. Conforme Carlotto, o sojicultor tem usado, cada vez mais, variedades melhores de sementes, técnica mais avançadas de manejo do solo, entre outros cuidados.
Outro fator que tem estimulado o produtor a alargar a área de soja e aumentar a produção é o preço. Carlotto afirma que a saca é comercializada, atualmente, por valores acima aos da média histórica do Estado.
Regiões
Embora a estiagem tenha impactado na produtividade, que caiu 4% (da média de 48 para 46,3 sacas por hectare entre as safras 2012/13 e 2013/14), alguns municípios alcançaram resultados acentuados. Segundo Carlotto, a situação melhor foi das regiões Centro e Norte, com destaque para Campo Grande e Chapadão do Sul. Os produtores desses municípios colheram a média de 57 sacas de soja por hectare. Outro resultado significativo foi o de São Gabriel do Oeste, com colheita de 55 sacas por hectare.
Por outro lado, os municípios da região Sul, prejudicados pela seca, apresentaram produtividades menores. Douradina, com o pior resultado, colheu 30 sacas da oleaginosa por hectare. Maracaju, o maior produtor de Mato Grosso do Sul, e Dourados também registraram produtividades modestas, de 45,5 e 42,5 sacas por hectare respectivamente.
Correio do Estado
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