Milho: Focado no clima nos EUA, preços voltam a subir em Chicago
Após uma sessão de volatilidade, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em alta nesta sexta-feira (25). E, por volta das 8h20 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos de mais de 3 pontos. O vencimento maio/14 era negociado a US$ 5,04 por bushel.
Apesar dos fundamentos positivos, o mercado tem operado nos últimos pregões conforme as previsões climáticas para os Estados Unidos, que podem ou não comprometer o avanço do plantio no país. E a tendência é que o mercado internacional de grãos se mantenha focado no clima até meados do mês de agosto.
Até o momento, as previsões climáticas indicam chuvas para importantes regiões produtoras do Corn Belt norte-americano. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o plantio do milho atingiu 6% da área projetada até o dia 20 de abril. A média dos últimos cinco anos é de 14%.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Em sessão volátil, mercado fecha em baixa em Chicago, mas mantém patamar de US$ 5,00/bushel
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia do lado negativo da tabela. Ao longo das negociações, as cotações futuras inverteram os ganhos e terminaram a sessão com perdas de mais 2 pontos nas principais posições. Ainda assim, os contratos se mantiveram acima dos US$ 5,00 por bushel. O vencimento maio/14 encerrou cotado a US$ 5,01 por bushel, desvalorização de 0,44% em relação ao último pregão.
Segundo analistas, o mercado realizou lucros após as altas registradas ao longo dessa semana. Desde terça-feira, os preços futuros da commodity têm sido sustentados pelas previsões climáticas para os Estados Unidos. De acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, até meados de agosto o clima no país será o foco do mercado internacional.
Por enquanto, as previsões climáticas apontam chuvas para partes do cinturão produtor dos EUA, que se confirmadas poderão atrasar a semeadura do grão da safra 2014/15. Até o dia 20 de abril, os produtores norte-americanos plantaram cerca de 6% da área com o milho, contra 14%, média dos últimos cinco anos. A informação foi divulgada nesta semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
"Com esse atraso no plantio do milho, a perspectiva dos investidores é que os produtores norte-americanos possam optar por cultivar mais soja, ao invés do cereal. Com isso, o grão poderia perder mais área para a oleaginosa", afirma o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro.
Ainda nesta quinta-feira, o departamento norte-americano reportou as exportações de milho da safra 2013/14 em 618.900 toneladas, na semana encerrada em 17 de abril. Na semana anterior, o número divulgado foi de 601.900 toneladas. O volume representa uma evolução de 15% em relação à última semana, entretanto, uma queda de 30% sobre a média das últimas quatro semanas. A Coreia do Sul foi o principal destino do milho norte-americano, com 185.000 toneladas.
Para a safra 2014/15, houve um crescimento expressivo, de 192.600 toneladas para 382.900 toneladas, no mesmo período. O principal comprador do produto dos EUA foi o México, com 240.00 toneladas. No acumulado no ano safra, os EUA já venderam em torno de 42.567,3 milhões de toneladas de milho, contra 44.450,0 milhões de toneladas projetadas pelo departamento norte-americano.
Frente a esse cenário, a expectativa é que os preços do cereal se mantenham próximos de US$ 5,00 por bushel, no curto prazo, até que se tenha uma definição da área cultivada nos EUA e também do clima, conforme relata Ribeiro.
Mercado interno
No Brasil, as cotações de milho seguem estáveis em importantes regiões. E como os produtores rurais estão capitalizados, a negociação da produção de milho permanece de forma lenta. Analistas relatam que, diante da incerteza sobre o tamanho da safrinha, muitos agricultores seguram as vendas à espera de preços melhores.
Do outro lado, os compradores também adquirem o produto de maneira pontual, da mão pra boca. “Os compradores esperam, pois sabem que no momento da colheita da safrinha, os produtores terão que ofertar parte do milho, uma vez que a capacidade de armazenagem no país é limitada”, diz Ribeiro.
Em Chapadão do Sul (MS), por exemplo, a comercialização da safrinha é lenta, uma vez que os contratos futuros giram em torno de R$ 18,00 a R$ 19,00, valor inferior ao obtido no mesmo período do ano passado, de R$ 22,00, segundo informações do Sindicato Rural do município. A situação se repete em importantes regiões produtoras pelo país.
Na visão do economista e analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, a tendência é que as cotações do milho se mantenham em patamares mais altos do que o registrado no ano passado. “O mercado está mais equilibrado esse ano e com a consolidação das exportações brasileiras podemos ter preços mais remuneradores nesta safra”, relata.
Já na BMF&Bovespa, os contratos do milho trabalham com leves quedas nesta quinta-feira. A situação é reflexo, segundo o analista, da redução das compras por parte das indústrias, que, nesse momento, evitam fazer estoques para não pressionar o mercado. “Ainda assim, a tendência para os vencimentos é que se mantenham acima dos R$ 30,00”, ressalta Ribeiro.
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