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Margens positivas favorecem o milho 2ª safra em 2016/17

O clima desfavorável no Cerrado (forte seca) e no Paraná (forte seca seguida por chuvas e granizo) no período de colheita da segunda safra de milho 2015/16 prejudicou muitos agricultores.

Agora, para safra 2016/17, produtores estão mais cautelosos quanto ao plantio do milho, mas os preços de venda no spot estão atrativos (em outubro, estiveram acima dos valores de nivelamento), tornando o cenário positivo em todas as praças analisadas. O Cepea/CNA realizou uma simulação do preço de nivelamento para a safra 2016/17 do milho segunda safra no Cerrado, considerando os coeficientes técnicos coletados em painéis. O Custo Operacional Efetivo (COE) foi calculado com o valor médio da compra de insumos entre janeiro/16 e outubro/16 e a produtividade média das regiões de Balsas (MA), Rio Verde (GO), Uberaba (MG), Primavera do Leste (MT), Campo Novo do Parecis (MT), Sorriso (MT), Cascavel (PR) e Londrina (PR). Em Sorriso, o COE foi de R$ 2.146,74/ ha.

Com produtividade média regional de 120 sc/ha, a produção precisaria ser vendida ao valor médio de R$ 17,89/saca para cobrir as obrigações financeiras. Em outubro, o preço médio para a região foi de R$ 23,47/sc. Desta maneira, o produtor teria 5,58 reais/sc de margem sobre o desembolso. Em Primavera do Leste, o COE foi de R$ 2.119,71/ha. Considerando-se a produtividade típica de 110 sc/ha, seria preciso comercializar a produção ao preço médio de R$ 19,27/sc. Como o preço médio negociado da saca de milho em outubro foi de R$ 31,69, a margem sobre o COE seria de 12,42 reais/sc. Com COE de R$ 1.989,22/ha e produtividade típica de 120 sc/ha, produtores de Campo Novo do Parecis precisariam comercializar a produção ao valor médio da saca de R$ 16,58. Em outubro, o preço médio da saca foi de R$ 28,49.

Desta maneira, a margem sobre o COE seria de 11,91 reais/sc. Na região goiana de Rio Verde, o preço de nivelamento do milho 2ª safra foi de R$ 19,70/ sc, com produtividade típica média de 110 sc/ha e COE de R$ 2.166,58/sc. Com o valor médio de venda de R$ 35,50/sc em outubro, o produtor teria margem sobre o COE de 15,80 reais/sc. Já a praça maranhense de Balsas registrou a menor produtividade típica frente às demais regiões analisadas no Cerrado. Com COE de R$ 1.755,28/ha e produtividade média de 75 sc/ha, o preço de nivelamento do desembolso é de R$ 23,40/sc. O valor de venda médio do grão em outubro foi de R$ 44,37/sc, o que ainda garante ao produtor 20,97 reais/sc de margem sobre o COE.

No Paraná, a região de Cascavel registrou a maior produtividade típica média analisada, de 135 sc/ha. Com o COE também mais elevado dentre as regiões, que totaliza R$ 2.842,24/ ha, é necessário que o produtor venda a saca ao menos por R$ 21,05. Considerando-se o pre- ço de venda médio em outubro de R$ 32,36/ sc a margem do produtor é de 11,31 reais/sc. Nas regiões mato-grossenses, a comercialização de insumos para o milho 2ª safra 2016/17 avança, principalmente, via barter.

As compras de insumo estão adiantadas nesta safra em relação à safra anterior, que se justifica pelo momento favorável da melhor relação de troca, devido a queda do dólar e alta no preço do milho. Em outubro praticamente 60% dos fertilizantes já foram adquiridos nestas regiões, enquanto que no mesmo período da safra passada o volume adquirido dos fertilizantes era de 25%.

Fonte: CEPEA, CUSTOS TRIMESTRAIS GRÃOS DEZEMBRO/16 – ANO 9 – EDIÇÃO 20